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Porto de Paranaguá: China compra menos soja e reduz a participação da Ásia no ranking de destinos dos produtos brasileiros | Rodrigo Leal/Divulgação
Porto de Paranaguá: China compra menos soja e reduz a participação da Ásia no ranking de destinos dos produtos brasileiros| Foto: Rodrigo Leal/Divulgação

EUA

Produto brasileiro perde isenção

Um produto brasileiro saiu do Sistema Geral de Preferências (SGP) dos EUA na revisão anual do programa, aprovada ontem pelo presidente Barack Obama. O GSP, na sigla em inglês, permite que países em desenvolvimento exportem certos produtos aos EUA sem imposto de importação.

Um tipo de piso de madeira brasileiro e mercadorias da Tailândia e da Índia foram retiradas da lista. Segundo o USTr (órgão de responsável pelo comércio exterior), produtos são retirados da lista quando é avaliado que eles já são competitivos no mercado norte-americano. Dados oficiais indicam que cerca de US$ 20,3 bilhões em exportações foram beneficiados pelo GSP no ano passado.

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O aumento nas importações pelos brasileiros fez cair quase pela metade o saldo comercial do país no primeiro semestre. De janeiro a junho, a diferença entre as vendas e as compras do exterior ficou em US$ 7,8 bilhões, valor 43,7% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, na comparação pela média diária. Foi o menor saldo para o primeiro semestre desde 2002.Com a economia brasileira em expansão e ajudada pelo dólar baixo, as importações cresceram 43,9% nos seis primeiros meses do ano, chegando ao valor recorde de US$ 56 bilhões. Já as exportações subiram 26,5%. Para o secretário-adjunto de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Fábio Faria, as importações não devem continuar crescendo em um ritmo tão díspar das exportações no segundo semestre. Em parte, isso pode ocorrer porque a base de comparação do primeiro semestre de 2009 está bastante deprimida em função dos efeitos da crise internacional na economia brasileira no ano passado. A partir do segundo semestre, a economia começou a acelerar, aumentando o comércio, o que pode trazer efeitos estatísticos, diminuindo os porcentuais de crescimento. "O que importa é crescer o volume de comércio e isso está acontecendo. É algo louvável porque você está tendo um aumento da atividade econômica", afirmou Faria.

Segundo Lia Valls, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a tendência é que o saldo da balança comercial brasileira continue caindo, devido ao maior crescimento econômico do país e pela lentidão na recuperação de mercados compradores, como Europa e EUA.

Ela ressalta que, com esse quadro, o país pode ter um problema de financiamento do déficit de transações correntes, já que há uma entrada grande de capital especulativo, mais volátil. A saída seria tornar os produtos brasileiros mais competitivos. "É preciso ter persistência em medidas de melhoria de infraestrutura, descobrir novos nichos de mercado, melhorar a oferta exportadora. Isso é um trabalho constante que demora, mas você tem que implementar e ser consistente", completou.

Produtos

No primeiro semestre, a alta das exportações foi puxada principalmente por produtos básicos, como petróleo e minério de ferro. Nesse mesmo período, apesar de os embarques de produtos industrializados terem aumentado, eles perderam participação no total exportado pelo país, caindo de 56% de janeiro a junho de 2009 para 54,4% neste ano.

Por outro lado, o aumento das importações foi escorado na compra de combustíveis – impactada principalmente pelo petróleo em alta – e por bens de consumo. Este último subiu 49%, deixando para trás a compra de matérias-primas e de bens de capital. Apesar de a Ásia continuar liderando o ranking dos destinos de produtos brasileiros, o bloco perdeu participação no primeiro semestre, caindo de 28% para 27,3%. O motivo, segundo Faria, foi o menor embarque de soja para a China após meses de grandes vendas, devido à recomposição de estoques pelo país asiático. A participação da América Latina, por outro lado, subiu de 20,8% para 23,9%, devido à recuperação de seus países. "É um mercado estratégico porque é onde o Brasil coloca a maior parte de manufaturados", disse Faria.

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