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Com a isenção de PIS e Cofins na produção de computadores populares e o oferecimento de dinheiro para financiamentos no varejo, o governo federal deu um benvindo empurrão ao mercado de informática no Brasil. Neste ano, as vendas de microcomputadores vão chegar a 8 milhões de unidades, segundo pesquisa feita pela consultoria IT Data para a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). É um salto de 45% em relação ao ano passado, quando 5,5 milhões de unidades foram vendidas. (Com queda de preços, computador deve ser a grande estrela de vendas do Natal)

O crescimento do mercado colaborou também para a redução do "mercado cinza" de computadores, composto por pessoas físicas e jurídicas que compram peças de origem duvidosa. A participação do segmento não-legalizado no Brasil caiu 60%, em 2005, para 48% neste ano. No mercado legalizado, as empresas nacionais dominam cerca de 70% das vendas, de acordo com a Abinee. As empresas locais demonstram crescimento de até 100% na produção, tanto no varejo popular quanto no mercado corporativo.

O fôlego da área de informática pôde ser percebido nesta semana em dois anúncios relacionados à produção industrial e ao emprego. O levantamento industrial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que a indústria de informática cresceu 10,8% em setembro, na comparação com agosto, ignorando a redução de 1,4% no índice geral. Uma pesquisa sobre geração de empregos no Natal mostrou que as empresas de informática devem contratar 12 mil pessoas até o fim do ano.

VarejãoA isenção de PIS e Cofins, que reduziu o preço das máquinas em até 15%, foi acompanhada pela agilidade de empresas nacionais, algumas delas de atuação até então regional e de capital familiar, em acompanhar a oportunidade de crescimento, especialmente no mercado de equipamentos de baixo custo. O preço dos laptops, que até pouco tempo eram de pelo menos R$ 3,5 mil, já caíram para menos de R$ 2 mil com o oferecimento de opções populares desenvolvidas por empresas de capital nacional.

A líder do mercado, a paranaense Positivo Informática, conseguiu no início deste ano um feito inédito: segundo a consultoria International Data Corporation (IDC), pela primeira vez uma empresa conseguiu mais de 10% de domínio do mercado interno de informática. Hoje, a empresa tem 1,2 mil funcionários e produz mais de 1 milhão de máquinas ao ano. Recentemente, a Positivo anunciou o lançamento de ações na Bovespa.

No entanto, a Positivo não cresce sozinha. Há pouco mais de seis meses, a empresa de eletroeletrônicos CCE, que tem fábrica em Manaus, entrou no mercado de microcomputadores. Aproveitando o relacionamento de várias décadas com varejistas, a empresa conseguiu marcar presença significativa em supermercados e magazines e, segundo fontes de mercado, a CCE já está em segundo lugar em venda de PCs no Brasil.

Os magazines e grandes supermercados "descobriram" os microcomputadores neste ano, colaborando para o crescimento exponencial do mercado com o oferecimento de crédito para a compra de desktops e laptops. De 2005 para 2006, a participação dos magazines na venda de microcomputadores passou de 12% para 22%, segundo a Abinee, e roubou mercado dos canais diretos de venda (internet, por exemplo) e das revendedoras especializadas em informática.

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