Carrefour marcas locais
A aprovação do negócio foi condicionada à celebração de um Acordo em Controle de Concentrações (ACC) que prevê desinvestimento de lojas e outras obrigações.| Foto: Bigstock

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira (25), com restrições, a aquisição da totalidade das ações de emissão do Grupo Big Brasil pelo grupo Atacadão, afiliada brasileira do Carrefour. A aprovação do negócio foi condicionada à celebração de um Acordo em Controle de Concentrações (ACC), que prevê desinvestimento de lojas e outras obrigações. O negócio foi anunciado em março de 2021 e envolve o valor de R$ 7,5 bilhões.

Em seu voto, o conselheiro relator Luiz Hoffmann explicou que não foram identificadas preocupações concorrenciais referentes aos mercados de atacado de distribuição e postos de revenda de combustíveis. No entanto, no segmento de varejo de autosserviço, a combinação dos negócios do Grupo Carrefour com o Grupo Big, que são o primeiro e o terceiro maiores agentes econômicos no Brasil, tem potencial de gerar exercício de poder de mercado em nove localidades diferentes.

De acordo com o Cade, para afastar possíveis efeitos anticompetitivos, foi negociado um Acordo em Controle de Concentrações (ACC) que prevê o desinvestimento de unidades de autosserviço atualmente detidas pelo Grupo Big, envolvendo os municípios de Gravataí (RS), Itabuna (BA), Juazeiro do Norte (CE), Maceió (AL), Olinda (PE), Paulista (PE), Recife (PE), Santa Maria (RS) e Viamão (RS).

“Tal remédio tem o condão de reduzir as elevadas concentrações e o alto nexo de causalidade decorrente da operação nos mercados relevantes tidos como problemáticos, de modo que a alienação dos estabelecimentos a terceiros possibilitará o aumento da pressão competitiva enfrentada pelo Grupo Carrefour no cenário pós-operação, mitigando a redução da concorrência causada pela saída do Grupo Big e reduzindo probabilidade de exercício de poder de mercado”, explicou Hoffmann.