Esta procura maior pela caderneta está diretamente ligada aos efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia.
Esta procura maior pela caderneta está diretamente ligada aos efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia.| Foto: Pixabay

Em um ano marcado pela cautela das famílias quanto ao futuro, os brasileiros depositaram R$ 166,310 bilhões líquidos na caderneta de poupança em 2020. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (7), pelo Banco Central. Este é o maior valor líquido já registrado na série histórica do BC, iniciada em 1995. O resultado foi fruto de aportes de R$ 3,132 trilhões na poupança durante ao ano passado, menos saques de R$ 2,965 trilhões. Como a rentabilidade da caderneta somou R$ 23,853 bilhões no período, os brasileiros encerraram 2020 com volume total de R$ 1,036 trilhão na poupança.

Esta procura maior pela caderneta está diretamente ligada aos efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia. Preocupadas com a renda futura e com medo do desemprego, muitas famílias reduziram gastos e passaram a aplicar recursos na poupança, o que elevou o saldo. Este movimento foi o que o próprio BC chamou de "poupança precaucional". Além disso, durante a crise o governo lançou uma série de programas voltados para a manutenção da renda de famílias e empresas - entre eles, o auxílio emergencial de R$ 600 para a população mais carente. Nos últimos meses do ano, o benefício passou para R$ 300. Parte dos beneficiários manteve recursos na poupança.

Outro fator para a alta dos depósitos na poupança em 2020 está ligado à rentabilidade. Com a Selic - a taxa básica de juros, atualmente em 2,00% ao ano - nos menores níveis da história, surgiu durante a pandemia um movimento de saída de recursos dos fundos de renda fixa. Alguns analistas identificaram a poupança como novo destino de parte do dinheiro, em um movimento que também foi citado pelo BC.