Setor elétrico
Com melhora na água que chega aos reservatórios, Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico coloca teto no despacho térmico.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Na primeira reunião de 2022, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu limitar o despacho adicional para o atendimento ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Conforme deliberação do colegiado, a geração termelétrica total das usinas despachadas pelo Operador Nacional do Sistema não deverá ultrapassar 15.000 MWmédios, limitados a termelétricas que possuírem Custo Variável Unitário de até R$ 1.000/MWh. Em caso de reconhecida necessidade sistêmica ou excepcionalidades o teto avança para valor de CVU até R$ 1.500/MWh.

O limite pretende "priorizar a otimização energética a menores custos totais de operação" de acordo com o CMSE. O Comitê ressalva que a decisão poderá ser revista para acompanhamento das condições de atendimento.

Segundo o ONS, é possível afirmar que "a recuperação dos reservatórios das usinas hidrelétricas está em andamento". As chuvas observadas em dezembro de 2021 contribuíram para o aumento das afluências, com registro acima da média histórica nas regiões Nordeste e Norte. Em termos de armazenamento, houve avanço nos níveis em todos os subsistemas - exceto o Sul - na comparação com o final de novembro de 2021.

As projeções para o armazenamento até junho de 2022 é de avanço importante na reservação. Espera-se que o armazenamento do subsistema Sudeste/Centro-Oeste estará em cerca de 47,1%, 18 pontos percentuais acima do nível verificado um ano antes, considerando a repetição do cenário crítico de chuvas verificado no período chuvoso anterior, de 2020/2021. Dados de 11 de janeiro mostram reservatórios da região em 33,56% da capacidade.

Mesmo com a estação de chuvas tendo começado em outubro (dentro do esperado), dos volumes expressivos de precipitações em diversos estados e do teto estabelecido para a geração de energia térmica não há expectativa de que a chamada bandeira tarifária Escassez Hídrica seja retirada das faturas antes do prazo original. Nesta quarta (12), a Agência Nacional de Energia Elétrica reforçou que a bandeira em vigor para grande parte dos consumidores, até abril, não sofrerá alteração. A cobrança extra de R$ 14,20 por 100 kWh consumidos foi criada em agosto para cobrir os custos do amplo despacho térmico, acionado para evitar esvaziamento acelerado dos reservatórios das hidrelétricas, desidratados pela pior afluência em 91 anos. Independentemente da diminuição do uso de energia gerada nas térmicas para o atendimento da demanda, o custo de 2021 ainda precisa ser coberto.