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Representantes da indústria consideram que o retorno dos juros a dois dígitos não combate corretamente as causas da inflação.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A elevação da taxa básica de juros, a Selic, para 10,75% ao ano desagradou ao setor produtivo. Na avaliação de entidades da indústria, o retorno dos juros a dois dígitos não combate corretamente as causas da inflação e prejudica a recuperação econômica, após a pior fase da pandemia. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (2) pelo aumento da Selic.

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) chamou de excessiva e equivocada a decisão e advertiu para o risco de recessão em 2022. "Isso inibe a atividade econômica e deve continuar a desacelerar a inflação nos próximos meses. Essa intensificação do ritmo de aperto da política monetária aumenta o risco de recessão em 2022, com efeitos negativos sobre a produção, o consumo e o emprego", destacou o presidente da CNI, Robson de Andrade.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) considera que a alta da Selic não representa o melhor instrumento para combater a inflação. Na avaliação da entidade, os preços estão subindo por pressão de custos, como energia e alimentos, e não por excesso de demanda.

Já a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) afirmou que o aumento da taxa básica de juros em 1,5 ponto percentual já era esperado, mas pode comprometer a recuperação da atividade econômica. A Firjan diz ainda que as incertezas quanto à sustentabilidade fiscal de longo prazo continuam contribuindo para uma percepção ainda muito elevada de risco no país, o que reduz a confiança de empresários e investidores. Com informações da Agência Brasil.