Carteira minirreforma trabalhista
Queda no desemprego depende de forte aceleração no crescimento econômico, diz Fundação Getulio Vargas.| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

Mesmo levando em conta as previsões mais otimistas em relação à recuperação econômica do Brasil, a queda nas taxas de desemprego vão demorar a cair. É o que sugere uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas e Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE).

De acordo com os pesquisadores, a taxa de desemprego do Brasil era bastante baixa na década de 80 e início dos anos 90, com uma média de 5% entre 1981 e 1994. Entre 1995 e 2014, o índice subiu para 9,3% e entre 2014 e 2019, chegou a média de 11,4%. Com a pandemia de Covid-19, a população ocupada, especialmente entre os trabalhadores menos qualificados caiu ainda mais.

Em 2020 a redução do número de postos de trabalho para pessoas sem instrução e com o ensino fundamental incompleto foi de 17,1%. Entre trabalhadores com ensino fundamental completo e ensino médio incompleto, o índice ficou em 14,8% para. Enquanto isso, houve redução de 6,4% do número de empregos para quem te ensino médio completo e superior completo e aumento de 5,5% no número de empregos com exigência mínima de ensino superior completo.

A pesquisa reforça que a queda da taxa de desemprego para níveis próximos da média entre 1995 e 2019, de 9,7%, depende de uma aceleração muito forte da economia brasileira em relação ao padrão de crescimento recente. Para que a taxa de desemprego caia para 9,8% seria necessário um crescimento anual de 3,5% entre 2023 e 2026, ritmo difícil de imaginar dado o pobre desempenho recente da economia, dizem os pesquisadores.