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O ministro da Economia, Paulo Guedes.| Foto: Marcos Correa/PR.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou nesta sexta-feira (18) a PEC fura-teto apresentada pela equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Guedes afirmou que o governo Bolsonaro fez "o maior programa social" do país. Para o ministro, o "conflito" entre a responsabilidade social e fiscal é "ignorância". A declaração ocorreu no evento sobre os 30 anos da Secretaria de Política Econômica, que é vinculada ao Ministério da Economia.

"Você vê a confusão que é um estouro, fazer uma PEC fora do teto, sem fonte de financiamento… Disparamos o maior programa social que já houve, com responsabilidade fiscal. Que historinha é essa de conflito social com fiscal? Isso é ignorância, isso demonstra incapacidade técnica de resolver [o problema]", disse.

A minuta da PEC fura-teto foi apresentada nesta quarta (17) para bancar o Auxílio Brasil, que voltará a ser chamado de Bolsa Família, em R$ 600 e garantir o benefício extra de R$ 150 por criança de até 6 anos. Segundo a equipe de transição, para garantir o programa de distribuição de renda seriam necessários R$ 175 bilhões fora do teto.

Durante sua fala no evento, Guedes voltou a dizer que é mentira que mais de 30 milhões de pessoas passam fome no país e criticou a atuação da transição do novo governo. Em junho, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional apontou que cerca de 33,1 milhões de pessoas não têm o que comer diariamente no Brasil.

"Só [estão] mentindo, 40 milhões de pessoas passando fome, onde estavam essas pessoas que não descobriram antes? Estavam já passando fome no governo deles [PT], mas nós descobrimos os invisíveis. É válido para ganhar a eleição, mas já ganhou, cala a boca, vai trabalhar, vai construir um negócio melhor", disse.

"Se fizer menos barulho e trabalhar um pouquinho mais com a cabeça, e menos com a mentira, talvez possa ser um bom governo. Só depende de não mentir. E de outras coisas também", afirmou o ministro da Economia.