IPCA
O Ipea revisou a previsão para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou a previsão para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021, que aumentou de 4,6% para 5,3%. O índice é apurado pelo IBGE e usado como referência para o sistema de metas de inflação perseguido pelo Banco Central. "Para a composição desse cenário, estima-se que, mesmo diante da recente aceleração na margem, os preços das commodities não devem subir a níveis significativamente acima dos atuais, o que junto a um comportamento mais favorável da taxa de câmbio deve reduzir a pressão sobre os preços domésticos", prevê o Ipea.

A piora na projeção para o IPCA deste ano foi puxada por uma pressão maior no aumento de preços de bens e serviços monitorados pelo governo. O Ipea reviu sua expectativa de alta de preços de 6,4% para 8,4% em 2021. Também houve contribuição das revisões de projeções para a inflação dos bens industriais, que passou de 3,8% para 4,3%, e dos serviços livres (exceto educação), que avançaram de 3,6% para 4,0%. A previsão de aumento nos preços dos alimentos no domicílio foi mantida em 5,0%.

O IPCA acumulado em 12 meses alcançou 6,76% em abril, ante uma meta de inflação de 3,75% no ano de 2021, com teto de tolerância de 5,25%. "Contudo, as projeções indicam recuo na inflação de 12 meses no segundo semestre, uma vez que, nos primeiros meses da pandemia em 2020 houve deflação (tornando a base de comparação baixa) e, no segundo semestre, a significativa aceleração inflacionária aumentou a base de comparação", lembrou o Ipea na Carta de Conjuntura divulgada nesta segunda(24).

Os pesquisadores revisaram também a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 4,3% para 4,7% em 2021. "Os riscos para essa previsão de inflação em 2021 estão relacionados às oscilações da taxa de câmbio e dos preços internacionais das commodities, que podem surpreender positiva ou negativamente", avaliou o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo Souza Júnior, em nota distribuída à imprensa.