Itaipu Binacional, na fronteira do Brasil com o Paraguai.
Outro general da reserva vai assumir comando da Itaipu.| Foto: Rubens Fraulini/Itaipu Binacional

A pandemia da Covid-19 adiou o início da renegociação do Anexo C do Tratado de Itaipu, que vence em 2023 e trata da comercialização e dos preços da energia gerada pela usina binacional. Os chanceleres do Paraguai e do Brasil, Euclides Acevedo e Ernesto Araújo, decidiram na quarta (17), após reunião em Brasília, que pretendem começar as discussões "em breve".

"Reiteramos, por parte do Brasil, que estamos prontos para começar discussões sobre a revisão do anexo C do Tratado de Itaipu, tão logo as circunstâncias da pandemia minimamente o permitam", disse Araújo.

Já o chanceler paraguaio defendeu que o acordo deve respeitar "direitos legítimos de dois sócios-irmãos e paritários". Pelo acordo, assinado em 1973 pelos governos militares, cada país tem direito à metade da energia gerada pela usina e determina a venda ao outro do que não utilizar.

O Paraguai defende que o excedente possa ser comercializado com outros países e argumenta que o Brasil paga barato pela energia a mais que compra. O anexo será revisto porque a dívida de construção da usina estará quitada.

Em 2019, os países assinaram um acordo estabelecendo a compra da energia até 2022. Na prática, os termos elevariam custos à estatal de energia paraguaia, em cerca de US$ 200 milhões. Por isso, motivou um pedido de impeachment do presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez. No entanto, a negociação com a Eletrobrás foi refeita, sem elevação de custos tarifários, no ano passado.