Comércio fechado em meio ao lockdown.
Comércio fechado em meio ao lockdown.| Foto: Lineu Filho /Tribuna do Paraná

Com um acumulado de dez meses de recuperação econômica, o Brasil se mantêm como alternativa importante para os investidores apesar dos seus riscos relevantes - como o patamar recorde da dívida pública, que alcançou 89,3% do PIB em 2020. A avaliação foi feita pelo economista-chefe e estrategista do Principal Group para a América Latina, Valentin Carril, em evento online promovido nesta quinta-feira (29) pela Claritas.

Na comparação de risco com outros países latinos, Carril pontua que "o risco político que está alto em toda a América Latina. No Chile, Peru, no México, Colômbia. E há riscos próprios internos; um específico do Brasil é o risco da dívida. Acredito que o Brasil sempre teve mais risco por dívida, [mas, nesse momento de pandemia] todos os países do mundo estão incrementando sua dívida e reduziram o PIB, essencialmente todos os países exceto a China", pondera. Ainda assim, o economista destaca que "a dívida [atual] não é o mesmo problema que havia nos anos 80, quando era em dólares que cada vez você tem que pagar mais e mais e mais - como aconteceu com a Argentina em 2001 [quando o nosso vizinho declarou moratória, com um calote de US$ 102 bilhões]. Hoje a dívida brasileira é mais manejável, 80% dela em reais", afirmou.

Ainda em paralelo com nossos vizinhos, Valentim Carril afirma que a pandemia afetou a todos de modo muito similar, com queda praticamente igual nos indicadores de atividade econômica (o IBC-BR no Brasil), mas recuperação andando mais rápido no país, com os melhores números para a região e se aproximando dos níveis pré-pandemia. "O país não é uma oportunidade espetacular, mas é boa", completou.