Pressionado pelo dólar, endividamento de empresas atinge pico de 60,5% do PIB
Na comparação com dezembro de 2019, houve aumento de quase 10% na porcentagem do PIB relacionada ao endividamento das empresas| Foto: Pixabay

A alta do dólar e a busca pelo fortalecimento do caixa levaram a dívida das empresas brasileiras a um nível recorde neste ano. De acordo com o Centro de Estudos do Mercado de Capitais (Cemec/Fipe), a dívida corporativa total chegou a R$ 4,3 trilhões, o equivalente a 60,5% do Produto Interno Bruto (PIB), com base em dados do fim de agosto. Em dezembro de 2019, esse índice estava em 51,2% do PIB.

A maior parte da alta em 2020 (70% do total) tem como motivo a variação cambial. Segundo o coordenador do Cemec/Fipe, Carlos Antonio Rocca, o maior problema neste caso é que cerca de 25% das empresas analisadas não têm proteção contra essa alta e podem ter mais dificuldades.

Outra parte da explicação para o endividamento recorde foi o maior volume de dinheiro que as empresas pegaram emprestado para reforçar o caixa e fazer frente à crise provocada pela Covid-19. Nesse caso, o risco é a economia não se recuperar rapidamente e as empresas não conseguirem retomar suas atividades de forma consistente.