Reforma tributária governo empresários
Pesquisa da Amcham aponta preocupação dos empresários com o andamento da reforma tributária pelo novo governo.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A reforma tributária prometida pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda, para ser votada ainda neste primeiro semestre é apontada por empresários como uma prioridade máxima do governo, de acordo com uma pesquisa divulgada nesta segunda (13), pela Amcham.

Os pesquisadores da Câmara Americana de Comércio para o Brasil ouviram 465 líderes empresariais sobre temas prioritários para a agenda econômica brasileira, e a necessidade de uma reforma tributária foi apontada como o mais urgente por 68% dos executivos. No entanto, apenas 34% acreditam que Haddad conseguirá cumprir essa promessa, segundo Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil.

“O ceticismo do setor privado encontra lastro na realidade. Há anos se discute, sem sucesso, uma reforma tributária abrangente. O tema é urgente, complexo e, para avançar, demandará a liderança do governo e o engajamento ativo do setor produtivo”, analisa.

Segundo o executivo, a reforma é a principal medida a ser priorizada para impulsionar a economia brasileira, levando em consideração também o equilíbrio fiscal (51%), segurança jurídica e redução de burocracia (39%), fortalecimento da estabilidade política e democrática (36%) e uma política industrial eficiente e moderna (29%).

A pesquisa revelou, ainda, que os empresários observam uma relação direta entre estabilidade democrática e desenvolvimento econômico do Brasil. Para a maioria (78%), a avaliação é que existe uma correlação alta entre os temas.

Os empresários também apontaram a preocupação com a segurança jurídica e regulatória (34%), a disponibilidade e custo de mão de obra (28%) e incertezas sobre o cenário internacional (24%). “O desejo do setor empresarial por crescimento econômico combinado com um cenário político estável é uma das principais mensagens captadas pela nossa pesquisa. Ambos os fatores estão intimamente ligados e se influenciam mutuamente”, completa Abrão Neto.