Risco de racionamento
Cenário hidrológico brasileiro piorou segundo avaliação da XP, mas risco de racionamento de energia é de apenas 5,5%.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Relatório elaborado por analistas da consultoria XP aponta que o cenário hidrológico brasileiro piorou, com os níveis dos reservatórios caindo abaixo do esperado no mês de julho. Com isso, a probabilidade de racionamento nos próximos 12 meses, calculada pela empresa, subiu de 3% para 5,5%.

De acordo com os analistas Maíra Maldonado e Victor Burke, a diferença "pode ser explicada por uma menor energia natural afluente [quantidade de água que chega às hidrelétricas] e uma maior margem de erro, parcialmente compensados por menor demanda e geração hídrica". No mês, houve ligeiro aumento no consumo de energia elétrica, de 2,0% (acima do mesmo mês do ano anterior), entretanto, a demanda ficou 3% abaixo das estimativas da XP, o que é encarado como positivo na situação atual.

Enquanto isso, o nível dos reservatórios continua diminuindo. Atingiu 37% da capacidade máxima em julho contra os 39% observados em junho. A estimativa da XP é de os reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN) atinjam níveis de 15% em novembro de 2021, mas sem necessidade de racionamento de energia nos próximos doze meses, uma vez que existe capacidade térmica suficiente para evitar "medidas mais dramáticas", diz o relatório. No modelo aplicado pela XP, a utilização da capacidade térmica na janela de agosto a dezembro subiu para 72% contra 58% na avaliação anterior, com despacho térmico mais alto para manter saudáveis os níveis de reservação.