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Bancos negam rumores e ações disparam

Os principais índices de ações da Europa fecharam em alta ontem, após uma sessão volátil, com os papéis de bancos anteriormente pressionados puxando o mercado para cima, após fortes quedas na sessão da segunda-feira.

As ações do Société Générale saltaram 15% após seu executivo-chefe, Frederic Oudea, dizer que o banco tem um grande colchão de liquidez e que as quedas nos mercados estavam baseadas em "medos irracionais". As ações do Société Générale haviam caído 11% na sessão anterior, em parte pelo temor de que o banco fosse rebaixado pela agência Moody’s. Nos últimos três meses, as ações do Société Generale caíram mais de 54%.

Já as ações do BNP Paribas subiram 7,2%, após recuarem até 12% durante a sessão. O banco "negou categoricamente" alegações feitas por uma fonte anônima ao Wall Street Journal de que ele teria problemas de liquidez.

"Não há fatos sérios, sólidos. É apenas rumor e blefe", disse o estrategista de mercado David Jones, do IG Index, comentando o cenário atual. Segundo ele, a incerteza deve continuar até que mais ações sejam tomadas pela Grécia ou até o encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, o comitê de política monetária do Federal Reserve norte-americano), na próxima semana.

No Brasil, a Bovespa fechou em leve baixa, moderada pelo bom desempenho dos papéis da Vale e da Petrobras (os ativos mais negociados no pregão). Os maiores alvos das ordens de venda foram os papéis ligados à economia doméstica, como bancos, construtoras e varejistas, enquanto os ativos de empresas mais vinculados a commodities tiveram um dia de "trégua".

O Brasil deve discutir com outros países emergentes na semana que vem ideias para ajudar a Europa a sair da atual crise da dívida, disse ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "A gente [países do Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] vai se reunir semana que vem em Washington e vai discutir como fazer para ajudar a União Europeia a sair dessa situação", disse Mantega a jornalistas.

Na segunda-feira, rumores de que a China compraria títulos da dívida italiana fizeram Wall Street terminar em alta após operar grande parte do dia no vermelho. A notícia foi divulgada pelo jornal britânico Financial Times. Mas, ontem, a Itália teve de pagar juros recordes para vender seus bônus, lutando para acalmar os temores do mercado, que receia que o país esteja perdendo controle da dívida pública, podendo desencadear em uma crise que ameace a existência da zona do euro.

A Itália não pediu que a China ajudasse a acalmar os mercados com a compra de bônus italianos, mas está envolvida em discussões sobre possíveis investimentos chineses no setor industrial, disse o vice-ministro das Finanças, Antonio Gentile. "Não pedimos qualquer ajuda em particular da China. A demanda por bônus emitidos pelo Estado continua boa", disse Gentile aos jornalistas.

A Rússia estaria disposta a estudar pedidos de ajuda financeira de países individualmente, disse uma alta fonte do Kremlin à agência France Presse após a declaração de Mantega. "Nós estudaremos pedidos de países individuais se os recebermos, mas não no âmbito dos Brics", disse a fonte do governo russo, sem dar mais detalhes.

FMI

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, encorajou os países emergentes interessados em comprar bônus soberanos europeus a adquirir títulos da dívida de países que têm tido dificuldades de financiamento e não apenas daqueles com um histórico fiscal forte.

"É muito interessante ver que as economias emergentes realmente estão interessadas em comprar bônus europeus", disse Lagarde durante um encontro com jornalistas. Ela ressalvou que comprar apenas bônus dos países europeus mais fortes "não é uma dificuldade nem assumir riscos. Se for algum tipo de política comum e coordenada, eu espero que ela seja ampla e não limitada a investimentos que são vistos por todos os investidores como mais seguros do que outros", afirmou.

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