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Três semanas de viagem e visitas a 10 fábricas de pneus foram suficientes para o presidente da BS Colway, Francisco Simeão, voltar com 40 mil pneus chineses encomendados para vender em suas lojas, início de um plano de parceria que, a partir do próximo ano, pode atingir um terço das vendas totais no Brasil – 300 mil pneus. "Já estamos vendendo pneus novos chineses pelo mesmo preço do pneu remoldado. No ano que vem, vamos mandar técnicos e moldes para eles produzirem segundo nossos critérios, para refinar a qualidade", adianta Simeão, sem informar qual a empresa parceira no negócio.

Os pneus novos chineses custam de 30 a 40% menos do que os brasileiros, segundo Simeão. Motivo mais que suficiente para se preocupar com a concorrência. "Não há como criar barreiras na alfândega para os produtos chineses, por isso temos que compor com eles no que for possível e caprichar naquilo que eles não têm muito talento para fazer: o comércio", avalia o presidente da BS Colway. A união parcial com a China não é a única estratégia da empresa para manter competitividade. A BS Colway vai deixar de vender para distribuidores e lojas e passar a montar o que eles chamam de filiais virtuais. Serão 600 em todo o país. "Vamos cuidar da propaganda e treinamento dos vendedores, que atuaram em lojas que eram nossas antigas revendedoras. A nota fiscal sai em nosso nome e o dono da loja recebe 23% sobre o valor da venda. Ainda assim, vamos enxugar custos legalmente, tirando a tributação em cascata", explica Simeão.

Também faz parte da estratégia de venda a fidelização do cliente. "Vamos paparicar os consumidores. Dar bônus no aniversário, ligar avisando que está na hora de fazer revisão", diz o presidente. Simeão diz que não teme que os pneus novos chineses se tornem mais populares na loja da BS Colway do que os remoldados produzidos aqui, porque a garantia oferecida pelo remoldado é maior. Enquanto os pneus remoldados recebem garantia até 80 mil quilômetros rodados, para os novos o certificado cai para 60 mil quilômetros. "Isso é suficiente para ele preferir o remoldado, porque não há diferença de qualidade", afirma. Ele garante que os 1029 funcionários da fábrica de Piraquara terão seus empregos mantidos. "Só não vamos contratar mais".

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