O banco central da Alemanha tem sérias reservas sobre o aparato legal para a criação de uma ampla união bancária na Europa, publicou a revista Der Spiegel, neste domingo (16), citando membros da equipe jurídica da autoridade monetária.
A publicação reflete o ceticismo do Bundesbank sobre uma união bancária, um esquema que poderia reduzir o número de bancos com problemas e compartilhar seguros de depósitos, que tem por objetivo quebrar o vínculo entre bancos em dificuldades e finanças estatais. Representantes do Bundesbank não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto.
O Bundesbank reclamou anteriormente sobre uma série de medidas desenhadas para combater a crise de dívida da zona do euro, como a que fez o Banco Central Europeu (BCE) comprar bônus de países endividados da zona do euro.
As posições do banco central têm relevância na Alemanha e potencial para influenciar o debate político na maior economia da Europa.
Na semana passada, ministros de Finanças da UE concordaram em dar ao BCE novos poderes para supervisionar bancos da zona do euro a partir de 2014, embarcando em uma nova fase de integração mais próxima para ajudar a sustentar o euro.
Mas a Alemanha rejeitou pedidos por mais compartilhamento de riscos financeiros na zona do euro, na sexta-feira, rejeitando uma proposta para um fundo que terá como objetivo ajudar países endividados a lidar com choques econômicos.
Depois de uma revisão inicial dos resultados da reunião de ministros da semana passada, advogados do Bundesbank descobriram que o projeto de união bancária carece de "uma base legal sólida", segundo a Der Spiegel.
A publicação citou preocupações de que as responsabilidades de supervisão do banco continuam pouco claras e que novas autoridades como uma planejada comissão de arbitragem entre os supervisores e o conselho do BCE não estão suficientemente cobertas pela legislação da UE.
Os ministros da UE concordaram na quinta-feira em entregar autoridade ao BCE para policiar diretamente pelo menos 150 dos maiores bancos da zona do euro e para intervir em bancos menores quando forem detectados os primeiros sinais de problemas.
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