• Carregando...
Filas em Londres na quarta-feira, para comprar o iPhone 4: políticas polêmicas para a publicidade | Carl Court/AFP
Filas em Londres na quarta-feira, para comprar o iPhone 4: políticas polêmicas para a publicidade| Foto: Carl Court/AFP

Virou rotina em cada lançamento da Apple. Na quinta-feira passada, filas e mais filas se formaram em lugares como Tóquio, Paris, Londres e Nova York, à espera do iPhone 4. A empresa está em um grande momento, e não é só graças ao iPhone. As vendas do tablet iPad também são robustas e a empresa conseguiu ultrapassar a Microsoft, tornando-se a companhia de maior valor de mercado no setor de tecnologia. À medida em que o sucesso cresce, entretanto, ela passa a se colocar em uma posição que lhe é estranha – a de vilão da indústria.

As queixas vêm de concorrentes e do governo, e chegam a ser sur­­preendentes. A Apple, até o mo­­mento, está longe de alcançar uma posição dominante como a que a Microsoft ocupou entre os PCs ou o Google obteve nas buscas e na publicidade on-line. É verdade que iPod e iTunes comandam o mercado de players musicais e de distribuição de música via internet, mas a empresa continua sendo um player menor no segmento de computadores pessoais. Só ago­­ra ela está entrando no negócio de publicidade digital e nas ven­­das de livros eletrônicos. Mes­­mo em smartphones, ela está bem atrás da Research in Motion, fabricante da marca BlackBerry, embora os seus dispositivos dominem o mercado de aplicativos para celular.

Talvez a mais rápida transformação da Apple de azarão em monopolista tenha ocorrido no campo da publicidade em dispositivos móveis, um mercado em que a empresa acaba de entrar. Novas políticas de publicidade para o iPhone 4 impedem Google e sua controlada AdMob de vender anúncios para o dispositivo. "Barreiras artificiais contra a competição prejudicam usuários e desenvolvedores e, a longo prazo, atrasam o progresso tecnológico", escreveu Omar Hamoui, presidente da AdMob. Com isso, a FTC ampliou sua investigação das práticas da Apple para incluir o iAds, de acordo com fontes que acompanham o caso.

As investigações chamaram a atenção de alguns experts em ações antitruste, em parte porque a Apple atualmente controla me­­nos de um terço do mercado de smart­­phones nos Estados Uni­dos. A RIM, com seus Black­Ber­rys, continua sendo o nú­­mero 1, e aparelhos baseados no software Android, do Google, es­­tão ganhando rapidamente aceitação entre consumidores e desenvolvedores de aplicativos.

Mas há quem diga que o governo está certo em preocupar-se. "A Apple tor­­nou-se muito agres­­siva em usar de força e tirar vantagem de sua posição no mercado", diz Andrew Ga­­vil, professor de Direito na universidade Ho­­ward. "A questão é se essa in­­fluência é significativa o bastante em qualquer desses mercados, a ponto de afetar a competição. A resposta parece ser sim."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]