Funcionários
"Foi triste e inesperado"
Afastado do trabalho por razões médicas, o auxiliar de produção Oscar Colombelli Picolotto, de 19 anos, não sabe se ainda tem um emprego. Ele afirma não ter recebido qualquer comunicado do Café Damasco, e é incapaz de prever o que ocorrerá quando voltar ao trabalho, em fevereiro, e encontrar um cadeado no portão da fábrica. "Acho que o INSS vai me orientar a procurar a empresa. O [grupo] que comprou vai ter que ver o meu caso", opina.
Picolotto trabalhava havia 7 meses na Damasco, e soube do fechamento em conversas com colegas. "Me disseram que teve uma palestra explicando que a fábrica iria fechar. Alguns dias atrás encontrei um colega na rua e ele estava com a carta de demissão na mão", lembra.
O jovem planeja agora prestar concursos públicos em diversas áreas. "Para quem estava trabalhando há mais tempo foi triste e inesperado. Tem gente com família e filho lamentando que um investimento que eles fizeram na empresa agora está sendo interrompido."
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Bebidas, Café e Alimentação de Curitiba e Região Metropolitana (Sindibebidas), que representa os funcionários da Damasco, a razão social da empresa continua ativa e todos os passivos trabalhistas serão respeitados. (OT)
Após venda da marca, Damasco fecha a fábrica
A fábrica do Café Damasco, localizada na BR-277, em Curitiba, será fechada. Na semana passada, todos os cerca de 150 funcionários da empresa receberam aviso prévio de demissão, e, a partir da próxima segunda-feira, a empresa começa a assinar as rescisões contratuais. As informações são do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Bebidas, Café e Alimentação de Curitiba e Região Metropolitana (Sindibebidas).
O Café Damasco passará a ser produzido em Jundiaí, interior de São Paulo. A mudança ocorre após a venda da marca paranaense para a multinacional norte-americana Sara Lee, que já controla no Brasil os cafés Pilão, União e Caboclo, entre outros. A fábrica da Damasco, localizada na BR-277, em Curitiba, foi fechada na semana passada. Aproximadamente 150 funcionários, de todos os setores da empresa, foram demitidos.
Em Jundiaí está localizada a única fábrica da Sara Lee no Brasil, que concentra a produção de todas as marcas da companhia. Inaugurada em 2006, a unidade emprega 1,2 mil funcionários e é considerada a maior moedora e torrefadora de café da América Latina.
A transferência ocorre porque a Sara Lee comprou apenas a marca Damasco e suas derivadas, como os cafés Maracanã, Bom Taí e Negresco, entre outros. O valor aproximado da transação é de R$ 100 milhões, referente ao faturamento da Damasco em 2009.
A unidade fabril e os vínculos trabalhistas permanecem com a antiga administração, que será responsável por rescindir os contratos de trabalho e pagar as indenizações.
Em nota à imprensa, a Sara Lee afirma que "as marcas [da Damasco] receberão investimentos e continuarão sendo comercializadas nos pontos de vendas atuais, através do mesmo sistema de distribuição".
Mudanças
Para o engenheiro agrônomo Claudius Augustus Faggion, da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), a mudança de local, pessoal e "expertise" utilizada na produção do café pode provocar mudanças no sabor do produto. "Mas não é tão grande, porque os cafés de consumo amplo têm processos semelhantes de manufatura", ressalva.
Faggion diz que a incorporação da tradicional marca paranaense ao pool multinacional pode causar prejuízos à produção cafeeira do estado. "Concentrar a venda do produto para poucos compradores é ruim para o setor rural, pois causa uma desestruturação da cadeia produtiva do café. A concorrência acaba e a indústria passa a definir o preço do grão", explica.
A venda do Café Damasco ocorre um ano após a consolidação de um processo transição no comando da empresa, que mantém administração familiar. No ano passado, o empresário Guimarães Taborda Bueno, fundador da companhia, faleceu, aos 90 anos. A empresa passou então para o comando dos herdeiros, e Guivan Bueno filho do fundador tornou-se o presidente.
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