
A Caixa Econômica Federal informou em nota que as contas do Banco PanAmericano foram aprovadas após auditoria realizada por ela e por outros consultores que participaram do processo de aquisição da instituição. Em dezembro de 2009, a Caixa comprou 49% do controle e 36,56% do total das ações do PanAmericano, por R$ 739,2 milhões.
Criticado por ter demorado em encontrar o rombo de R$ 2,5 bilhões, o Banco Central também jogou a responsabilidade nas empresas de auditoria. O BC argumentou que sua função é analisar balanços, não conferir se foram adulterados. A auditoria interna era feita pela Delloite.
Aquisição
Segundo a Caixa, o Banco Fator foi contratado para prestação de serviços de consultoria especializada na aquisição, no ano passado. Este, por sua vez, contratou a KPMG para o trabalho de análise das contas do PanAmericano. Posteriormente, a Caixa contratou a BDO Consultores para emissão de uma segunda opinião.
O banco estatal diz ainda que a aquisição somente foi finalizada após a manifestação favorável do Banco Central, em julho de 2010. O BC diz que, na época, ainda não sabia do problema.
A Caixa informou também que o aporte de recursos realizado pelo Grupo Silvio Santos permitiu que não houvesse qualquer tipo de prejuízo aos "sócios, clientes e colaboradores do banco".
"A Caixa Econômica Federal reafirma a importância estratégica desta parceria, a qual proporcionará a ampliação da sua base de clientes, em razão da capacidade de relacionamento do Banco PanAmericano com seus mais de 20 mil canais de venda e suas 200 lojas próprias", diz a nota.
A KPMG também divulgou nota, dizendo que não atuou e não atua como auditor independente das demonstrações financeiras do Banco PanAmericano e que foi contratada para executar certos procedimentos pré-acordados de diligência em dados fornecidos pela instituição bancária.
Explicações
O Senado aprovou ontem convite para que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, prestem esclarecimentos à Casa sobre a crise do PanAmericano. Os dois foram convidados a prestar depoimento à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na próxima quarta-feira para explicar a injeção de capital que vai cobrir um rombo de R$ 2,5 bilhões no banco.
Autor do convite, o senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA) disse que a Casa tem como "urgência" discutir a injeção de recursos no banco recém-adquirido pela Caixa. "Por que esse rombo não foi detectado antes? Queremos saber se a Caixa, quando avaliou, não detectou esses problemas."
Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), a presidente da CEF precisa explicar por que adotou a iniciativa de se associar a um banco em dificuldades. "A Caixa adquiriu ações do PanAmericano numa operação iniciada em 2009, mas só aprovada pelo Banco Central este ano e que valorizou o banco em R$ 2,1 bilhões", argumentou.



