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Brasília – O crescimento da renda média da população brasileira está criando um interesse cada vez maior de bancos pelo segmento de clientes de baixa renda. Na briga por esse mercado, a Caixa Econômica Federal quer duplicar, nos próximos três anos, o número de clientes do Caixa Fácil, conta corrente com abertura simplificada (basta apresentar identidade e CPF) para quem tem movimentação financeira até R$ 1 mil.

A expectativa é de que em 2010 o número de clientes desse segmento alcance mais de 10 milhões de pessoas. Criada em 2003, a conta simplificada já garante à Caixa hoje uma clientela de 5,5 milhões de pessoas, com renda média de dois salários mínimos. Com o aumento esperado da renda média da população, essas pessoas podem começar a abrir contas, pegar empréstimos e comprar outros produtos oferecidos pelos bancos. É o que os bancos vem chamado de "fidelização" da clientela, que garante no futuro espaço para a expansão do crédito.

Com base nessas contas, a Caixa conta em aumentar a concessão de crédito, mercado disputadíssimo entre as instituições financeiras. É que junto com abertura da conta o cliente também passa a ter acesso a linhas de crédito e outros produtos oferecidos pelos bancos. No caso do Caixa Fácil, o cliente pode pegar um empréstimo de até R$ 600, com juros de 2% ao mês e prazo de pagamento de 4 a 12 meses.

A ofensiva da Caixa para a ampliação do número de contas simplificadas aumentou em 2007, depois que outros bancos, que estavam fora do segmento, começaram a buscar espaço de forma mais agressiva também junto a clientes com renda mais baixa. Essa necessidade de ampliar o volume de concessão de crédito se intensificou com o processo de queda das taxas de juros, que reduziu a rentabilidade dos bancos de ganhos elevados com os títulos públicos. "É um outro banco que se forma com o Caixa Fácil", avalia o superintendente Nacional de clientes de renda básica da Caixa, Miltom Kruger.

Segundo ele, o potencial desse mercado é enorme porque o Brasil tem cerca de 50 milhões de pessoas, pelo censo de 2000, com renda até dois salários mínimos. "Hoje, esse número é bem maior" diz Kruger, estimando em 58 milhões o universo de pessoas com renda de até dois salários mínimos. É uma população que estava fora do sistema financeiro e que com o aumento da chamada "bancarização" vem conseguindo espaço, sobretudo nos estados do Nordeste.

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