• Carregando...

Brasília – A indústria de transformação registrou em maio, pelo segundo mês consecutivo, queda no faturamento em função da valorização do real frente ao dólar. Os indicadores industriais de maio, divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostram que o valor real das vendas não acompanha a expansão da produção e do emprego na indústria. As horas trabalhadas, indicador mais diretamente atrelado à produção física, cresceram pelo quarto mês consecutivo. Na comparação com abril, a alta foi de 1,1%. No acumulado janeiro a maio, o crescimento é de 3,6% em relação ao mesmo período de 2006.

Por outro lado, as vendas reais da indústria, que apuram o faturamento das empresas, recuaram 0,5% em maio, depois de uma queda de 2,4% em abril. Apesar dos dois resultados negativos, as vendas reais ainda acumulam alta de 4% no ano.

"As vendas tiveram um arrefecimento bastante importante nos últimos dois meses", afirmou o economista da CNI Paulo Mol. Segundo ele, o real valorizado tem provocado queda no faturamento das empresas exportadoras, que ganham menos em reais com as vendas externas.

Mol destaca, porém, que a indústria voltada para o mercado doméstico também sofre as conseqüências do câmbio porque precisa reduzir sua margem de lucro para competir com os produtos importados mais baratos.

Entre maio de 2006 e maio de 2007 o real valorizou-se 9% frente ao dólar. Para a CNI, essa alteração mês a mês explica porque a produção industrial cresce e o valor das vendas cai. "A gente esperava que a expansão da demanda interna aumentasse a produção e o faturamento das empresas, mas o faturamento não está acompanhando esta melhora", explicou o economista.

Por outro lado, a geração de emprego e renda e o nível de utilização da capacidade instalada das indústrias têm acompanhado o crescimento da produção. O número de postos de trabalho subiu 0,5% na comparação com abril e acumula alta de 3,4% nos cinco primeiros meses do ano. A utilização da capacidade instalada foi de 82,7%, ante 82,5% em abril. Em maio do ano passado, o indicador estava em 80,8%.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]