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Caminhoneiros fazem protesto na manhã desta quarta-feira na BR-116, na região de Campina Grande do Sul | Aniele Nascimento/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Caminhoneiros fazem protesto na manhã desta quarta-feira na BR-116, na região de Campina Grande do Sul| Foto: Aniele Nascimento/Agência de Notícias Gazeta do Povo

"Lei do Caminhoneiro" encarece frete e estimula greve nacional

Conforme o anunciado nos últimos dias, começou à zero hora de hoje uma paralisação dos caminhoneiros em todo o país. A iniciativa é liderada pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), que convocou os motoristas a cruzarem os braços como forma de protesto contra as propostas de regulamentação das atividades dos profissionais autônomos, que constituem 60% da frota brasileira

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Pelo menos 250 caminhões estão parados em Astorga e Campo Mourão

Pelo menos 250 caminhões estavam parados em postos de combustíveis de Astorga e de Campo Mourão, na manhã desta quarta-feira (25), por conta da orientação do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) de suspender a atividade de transporte de cargas em todo Brasil

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  • Cerca de 100 caminhões estavam parados na manhã desta quarta-feira
  • Manifestação na PR-180, na região de Francisco Beltrão, a manifestação era pacífica
  • Os grevistas abordavam os caminhoneiros e os convidavam a aderir à paralisação
  • O protesto ocorre em razão da entrada em vigor da chamada

Caminhoneiros paranaenses fazem, nesta quarta-feira (25), uma série de manifestações, que incluem a realização de piquetes em rodovias do estado, em adesão à greve da categoria. Pelo menos duas rodovias federais e três entroncamentos de estradas estaduais tinham pontos bloqueados por causa da mobilização dos motoristas.

A ação faz parte de uma paralisação de âmbito nacional liderada pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), iniciada nesta quarta-feira.

>>Vídeo: Caminhoneiros falam sobre as novas regras

>>Imagens: Veja fotos das manifestações no Paraná

"O Brasil inteiro está se fechando em piquetes, e no Paraná não é diferente. A paralisação começou com adesão acima de 50% e terá efeito cascata: vai aumentar ao longo dos dias", disse o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ponta Grossa (Sinditac) e líder do MUBC no Paraná, Neri Leobet.

Ele afirma que os piquetes não são organizados pelo sindicato, mas que são iniciativa dos próprios caminhoneiros. "A nossa recomendação é de que os colegas cruzem os braços, mas que fiquem em casa, com as famílias", afirmou Leobet.

Nos piquetes, os motoristas abordam caminhões de carga e convocam os colegas a integrarem o movimento. Carros, motos, ônibus e veículos de emergência são liberados pelos manifestantes. Apesar disso, a mobilização causou lentidão na manhã desta quarta-feira.

Um dos pontos de bloqueio foi realizado na rodovia BR-116, no município de Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, onde caminhoneiros ocuparam uma das faixas e o acostamento da pista sentido São Paulo, próximo a um posto de combustíveis. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), pelo menos 100 caminhoneiros permaneceram no quilômetro 67 da rodovia. A manifestação no local foi encerrada por volta de 11h30.

Os motoristas que eram parados pelos manifestantes foram obrigados a estacionar no pátio do posto. Quando se acumulava um grande número de veículos, os policiais rodoviários federais obrigavam os integrantes do movimento a liberarem os caminhoneiros que quisessem seguir viagem.

No quilômetro 258 da BR-280, no trevo de Marmeleiro, a pista chegou a ser completamente interditada, mas foi liberada por volta de 10 horas. Segundo a PRF, os caminhoneiros permanecem no ponto, mas não há congestionamentos, apenas lentidão.

Na BR-163 há bloqueios em dois pontos: na altura dos municípios de Pranchita e de Barracão. Ao meio-dia, a PRF informou que os caminhoneiros fizeram um intervalo na manifestação. O ponto voltou a ser bloqueado por volta das 14 horas, segundo a PRF.

Também haviam bloqueios, no final da manhã, na BR-487, próximo ao entroncamento com a BR-369, em Cascavel, e próximo a um posto de combustíveis na BR-487 com a BR-272, em Goioerê.

Na BR-373, no quilômetro 478, em Coronoel Vivida, os veículos de carga são parados na tarde desta quarta-feira. A Polícia Rodoviária Federal divulga que, exceto as manifestações na região de Marmeleiro, Pranchita e Guarapuava, não há ocorrências de outras interrupções nas estradas federais no Paraná às 15h30.

Rodovias estaduais

Os caminhoneiros também fazem manifestações em outros pontos do estado. A Polícia Rodoviária Estadual (PRE) informou que há interdições no quilômetro 462 da PR-182, no município de Realeza; no entroncamento da PR-566 com a PR-493, no município de Itapejara do Oeste, no trevo da PR-180 com a PR-566, em Francisco Beltrão.

"A manifestação está sendo pacifica, somente com parada de caminhões que aderem espontaneamente e, então, ficam no patio de postos de combustiveis nas proximidades, sem interrupcao do transito aos demais veículos", afirmou o sargento Farias, de Francisco Beltrão.

Segundo a PRE, apesar dos bloqueios, de um modo geral, não há "grandes congestionamentos" nos pontos de manifestação, porque os caminhoneiros se comprometeram a liberar o tráfego a cada duas horas.

Empresas ainda não podem medir impacto da greve

O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar), Gilberto Antônio Cantu, afirma que ainda não é possível fazer uma avaliação precisa do impacto da mobilização e sobre até onde a paralisação pode chegar. Ele diz que, mesmo entre os caminhoneiros, a greve não é uma unanimidade, o que dificulta uma previsão.

"Estamos fazendo levantamentos para saber a extensão desse movimento. Se a paralisação for só hoje, não terá grandes impactos. Mas evidentemente que, se for algo continuado, pode haver desabastecimento", disse. Segundo Cantu, a orientação repassada pelas empresas aos caminhoneiros foi de que não aderissem à paralisação e que permanecessem estacionados em local seguro, assim que notassem piquetes.

Em todo o Brasil, a frota é de 1,6 milhão de caminhões, que transportam 65% do que é produzido no país. Segundo o Setcepar, a ANTT faz um recadastramento nos estados, de modo que não é possível saber quantos veículos de carga existem no Paraná.

Reivindicações

A mobilização é uma reação a pontos da chamada Lei do Caminhoneiro – em vigor desde junho deste ano – que limitou a jornada de trabalho a 10 horas para os contratados e a 12 horas para os autônomos. Outra exigência são intervalos de 30 minutos a cada 4 horas trabalhadas e um repouso ininterrupto de 11 horas a cada 24 horas. Os caminhoneiros querem a suspensão da lei até que sejam construídos "pontos de paradas", onde os veículos possam permanecer em segurança.

A categoria também contesta pontos da Resolução 3658, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que acaba com a carta-frete e a informalidade na discriminação de custos da contratação de autônomos por parte das transportadoras. Os trabalhadores pedem a suspensão temporária da norma, até que o sistema eletrônico de pagamento seja estruturado.

Os caminhoneiros também reivindicam pontos que garantiriam mais segurança nas estradas. Dentro as solicitações, estão a criação do Fórum Nacional do Transporte, a suspensão imediata da fabricação dos bitrens (composições rodoviárias com nove eixos), aprovação do estatuto dos motorista, e criação em todo o país de delegacias especializadas em combater roubos de cargas.

Manifestação de caminhoneiros no Paraná

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Economia | 1:17

Redução na jornada de trabalho de caminhoneiros compromete rendimentos nas estradas. Setor avisa que pode reajustar mais 20% no valor do frete e ameaça entrar em greve.

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