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Greve não afeta preços

A Associação Paranaense de Supermercados (Apras) informa que o manifesto dos caminhoneiros ainda não influencia na cotação dos produtos. De acordo com o órgão representante do setor, os estabelecimentos costumam ter um estoque suficiente para no mínimo 30 dias. As cargas de produtos perecíveis, segundo a associação, é liberada para seguir viagem na maior parte dos bloqueios, por isso não sofreu oscilações nos preços.

No segmento de frutas e verduras, o panorama é parecido, segundo o diretor técnico da Central de Abastecimento (Ceasa) de Curitiba, Valério Borba. "O pessoal se preparou porque a greve poderia tomar corpo, mas da maneira na qual o movimento se encontra hoje, ele ainda não tem força para influenciar os preços dos nossos produtos", avalia.

Caminhoneiros fecham Fernão Dias e causam filas em Minas

Uma greve de caminhoneiros bloqueia a Fernão Dias e causa diferentes pontos de congestionamento em Minas Gerais, na manhã desta sexta-feira (27)

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Nesta sexta-feira (27), pelo terceiro dia consecutivo, caminhoneiros autônomos voltaram a fazer piquetes e manifestações em estradas paranaenses. Segundo as autoridades policiais que atuam nas rodovias do estado, durante o dia houve pelo menos doze pontos de interdição em rodovias do Paraná. Na quinta-feira (26), o movimento foi marcado por tumultos e atos de vandalismo. A greve faz parte de uma mobilização nacional, liderada pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC).

Em Castro, entre os quilômetros 284 e 285 da PR-151, a rodovia foi interditada, com veículos de passeio liberados para a passagem, do começo da tarde até as 18h30. Em Londrina, a PRE registrou uma interrupção no tráfego de veículos transportadores na PR-323, perto do quilômetro 36.

Durante a tarde desta sexta-feira, caminhoneiros fizeram piquete nos quilômetros 458 e 463 da rodovia PR-182, em Realeza. A liberação nos dois pontos foi confirmada pelas autoridades policias às 19 horas. Em outro ponto da mesma rodovia, em Toledo, pelo quilômetro 121 passava apenas carros e cargas de produtos perecíveis durante a tarde. A Polícia Rodoviária Estadual (PRE) informou ainda que na PR-323, dentro da cidade de Paiçandu, no quilômetro 161, das 14 horas às 17 horas, caminhoneiros fizeram manifestação com piquetes.

Nas estradas federais do estado, na cidade de Apucarana, no quilômetro 230 da BR-376, perto do trevo de Pirapó, houve interdição da pista por manifestantes adeptos da greve dos caminhoneiros até perto das 18 horas. Na BR-277, na altura do quilômetro 338, caminhoneiros interromperam parcialmente o tráfego e apenas veículos pequenos e ônibus ultrapassaram a barreira dos manifestantes até as 17h30. A BR-163, entre Pérola do Oeste e Barracão, também teve restrições a veículos de carga. Em Marmeleiro, na BR-280, e em Coronel Vivida, na BR-373, carretas são obrigadas a parar por causa do manifesto. Pela manhã, foi registrado ponto de interdição no entroncamento da PR-180 com a PR-566, em Francisco Beltrão.

Proibição na BR-277

A Justiça Federal proibiu interdições na rodovia BR-277, atendendo a um pedido da EcoCataratas – concessionária que administra um trecho da estrada. Na noite de quarta-feira (25), um caminhoneiro foi atingido por uma pedra, ao não parar em um piquete feito por manifestantes. Ele chegou a ser hospitalizado em Guarapuava. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no primeiro dia de greve, cerca de 20 caminhões foram depredados na BR-277, entre Guarapuava e Irati. Já na madrugada desta sexta, cerca de dez casos foram registrados.

Conforme o inspetor-chefe da delegacia da PRF de Ponta Grossa, Haroldo Luis Rauch Júnior, a proibição da justiça é para o bloqueio total da rodovia. Os trabalhos da PRF, segundo ele, até agora, conseguem cumprir o objetivo. "Se alguma pessoa vier e dizer que quer seguir viagem, nós precisamos garantir que o motorista siga seu caminho, ninguém é obrigado a aderir a greve. Assim como também precisamos garantir o direito das pessoas de fazer uma manifestação pacífica, os protestos são garantidos por lei", resume.

Segundo o MUBC, os piquetes são realizados de forma autônoma pelos caminhoneiros e não são apoiados pelo movimento. Em entrevista à Gazeta do Povo na quinta-feira, o presidente do MUBC, Nélio Botelho , disse que a orientação é para que os caminhoneiros fiquem paralisados em suas casas.

Reivindicações

A mobilização é uma reação a pontos da chamada Lei do Caminhoneiro – em vigor desde junho deste ano – que limitou a jornada de trabalho a 10 horas para os contratados e a 12 horas para os autônomos. Outra exigência são intervalos de 30 minutos a cada 4 horas trabalhadas e um repouso ininterrupto de 11 horas a cada 24 horas. Os caminhoneiros querem a suspensão da lei até que sejam construídos "pontos de paradas", onde os veículos possam permanecer em segurança.

A categoria também contesta pontos da Resolução 3658, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que acaba com a carta-frete e a informalidade na discriminação de custos da contratação de autônomos por parte das transportadoras. Os trabalhadores pedem a suspensão temporária da norma, até que o sistema eletrônico de pagamento seja estruturado.

Os caminhoneiros também reivindicam pontos que garantiriam mais segurança nas estradas. Dentro as solicitações, estão a criação do Fórum Nacional do Transporte, a suspensão imediata da fabricação dos bitrens (composições rodoviárias com nove eixos), aprovação do estatuto dos motoristas, e criação em todo o país de delegacias especializadas em combater roubos de cargas.

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