Foz do Iguaçu Centenas de caminhoneiros brasileiros estão parados desde segunda-feira em rodovias do Paraguai por conta da paralisação nacional da categoria no país vizinho. Os motoristas paraguaios reivindicam um reajuste no frete das cargas internas de curta (até 100 quilômetros) e longa distância, e impedem que os motoristas brasileiros trafeguem pelas estradas.
Na fronteira com Foz do Iguaçu, mais de 650 caminhões aguardam nos acostamentos. Pelo menos cinco regiões com ligação com o Brasil foram afetadas. Os protestos atingem principalmente o escoamento das safras de soja e milho para o território brasileiro. Somente na Estação Aduaneira do Interior (EADI-Sul), em Foz, deixaram de ser liberadas em dois dias 600 cargas que não chegaram a entrar no pátio.
Os brasileiros reclamam de estar servindo de "massa de manobra" para os paraguaios. "A maioria aqui é de brasileiros. Nem mesmo eles estão unidos e acabamos prejudicados", comentou o caminhoneiro Cláudio Morasques, de São Lourenço do Oeste (SC). "Quando fazemos greve no Brasil, quem não quer ficar pode voltar. Aqui não. Ameaçaram quebrar o caminhão se alguém resolver sair", comentou José Carrizo, de Pato Branco.
Já o conselheiro do Sindicato Nacional dos Caminhoneiros do Paraguai, Walter Benitez, disse que exceções não são cogitadas. "Não podemos perder a força do movimento e nem abrir exceções", justificou. De acordo com os paraguaios, nos últimos meses a redução no valor do frete fez com que os lucros com o transporte de cargas no país caíssem cerca de 50%. "Uma viagem de Foz do Iguaçu até Assunção, por exemplo, rendia o equivalente a R$ 500. Hoje, não passa de R$ 240", comparou o secretário-geral, Ricardo Balman.
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