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Cartão de crédito - Clientes exigem vantagens exclusivas

O diretor de marketing da Visa do Brasil, Joseph Levy, tem na ponta da língua o elenco de desejos dos clientes classificados em três níveis da alta renda (que possuem os cartões gold, platinum e infinite). Enquanto o primeiro está interessado em pagar menos e o segundo se agrada com convites para shows e taxas de juros mais baixas, a faixa "ultra upscale" só é conquistada com benefícios exclusivos – como o show do Cirque du Soleil para 500 pessoas promovido ano passado, antes do início da turnê do grupo no Brasil. "Tomamos todos os cuidados do mundo com esse tipo de evento, porque por qualquer besteira podemos perder o cliente", diz. Outros benefícios procurados por essa faixa são seguro contra acidente em viagens e atendimento de emergência 24 horas.

Além das vantagens para ricos e milionários – foco importante, já que o mercado de luxo cresceu 32% em 2006 – a Visa também procura agradar a baixa renda com algumas de suas 3 mil ações promocionais anuais (cupons para concorrer a eventos, brindes etc). Outro instrumento de fidelização que a empresa lançou e quer alavancar são os cartões pré-pagos, que funcionam como vale-prêmios em dinheiro. (HC)

O 3.º Fórum de Marketing de Curitiba – promovido pelo Centro Universitário Positivo (Unicenp) e pela Gazeta do Povo/RPC – foi encerrado ontem por profissionais que se especializaram em antecipar tendências de comportamento para entender o que as pessoas vão desejar consumir num futuro próximo.

O gerente-executivo de propaganda e marketing da Volkswagen do Brasil, Marcelo Olival, mostrou a receita usada para transformar o Fox, sexto automóvel mais vendido no país, em um sucesso de vendas. "Em 2001 e 2002 começamos a usar mais as pesquisas com os clientes para descobrir o que eles realmente querem. O Fox já nasceu com todas as principais vontades do público."

A Volkswagen, disse Olival, passou a dar maior importância às "clínicas" com clientes (coleta de impressões sobre um novo veículo), o que acabou por transformar os carros da fabricante. Eles agora têm itens de série que antes eram opcionais, como regulagem de altura de banco. "O uso de pesquisas não é novo, mas a forma como fizemos foi o que garantiu o sucesso."

Outra experiência de reposicionamento de marca que deu certo com base na previsão de tendências foi apresentada pela diretora de marketing da Sony Ericsson, Flavia Molina. Após simplificar a campanha publicitária, dar maior importância à logo da empresa e acrescentar mais cores às peças de mídia, o conhecimento da marca triplicou e a intenção de compra no Brasil, dobrou. "Identificamos um 'gap' (lacuna) no mercado, que era o lado emocional do celular. A tecnologia geralmente é vista como algo frio e difícil, o que é contraditório, porque as pessoas carregam o celular o tempo todo. Então decidimos investir no entretenimento, com o [aparelho] W200, que tem câmera Cybershot e mp3 player", avalia. Na opinião dela, a Apple lançou o iPhone para enfrentar a concorrência do celular.

O inglês Martin Macdonald, diretor de criação da RMG Connect de Nova Iorque, provocou a platéia com o tema da "morte da web". Para ele, a criatividade e a liberdade dos profissionais do terceiro mundo pode revitalizar a rede, prejudicada por estratégias de negócio mal sucedidas, design fraco, poucos resultados e excesso de informação irrelevante. "Se a solução vier, será daqui ou de um país semelhante. Certamente não dos EUA, onde todos estão preocupados com as coisas erradas", disse. Macdonald apresentou cases de sucesso, como a campanha que coordenou para a Marinha americana, que recruta mais jovens do que precisa há uma década. O resultado foi atingido por meio de segmentação eficiente, com postagens na ferramenta myspace, entre outras. "Uma coisa que funciona na internet são os vídeos", disse, citando campanhas virais desenvolvidas para o "submundo" da rede e que acabam sendo transformadas em sites por jovens.

Para o diretor comercial do portal Terra, Maurício Palermo, o download legalizado de músicas pode vencer a pirataria, à medida que caia o preço das músicas on-line. Hoje o Terra cobra a partir de R$ 2,90 por item, mas dentro de um ano ele imagina que o valor deve cair bastante. Há um ano, o portal foi pioneiro na legalização da atividade, após três anos de negociação com gravadoras. "Tudo que é ilegal acaba sendo cercado e diminui. Já atraímos 150 mil clientes para nosso clube de sócios." É um público para quem, segundo ele, é difícil vender CD hoje em dia – informação que o diretor de marketing da Livraria Saraiva negou no primeiro dia de evento. Ricardo Daumas disse que o faturamento da rede com CDs e DVDs no 1.º trimestre caiu em relação ao ano passado mas ainda representa 14% do total.

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