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Petrobras vê gasoduto sul-americano em 30 anos

Os países sul-americanos precisam de um gasoduto integrado, mas o transporte de gás natural por essa rota ainda levará 30 anos, disse na segunda-feira o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

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O presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, disse, nesta segunda-feira, que a capacidade de produção de gás natural na Bolívia está esgotada e o governo de Evo Morales terá que atrair investimentos para cumprir com seus compromissos, principalmente os contratos com o Brasil e a Argentina, os dois maiores consumidores de gás boliviano.

- Há necessidade de investimentos em exploração. São investimentos de risco que os investidores vão avaliar o risco em relação ao retorno esperado - disse Gabrielli, que não descartou futuros investimentos na Bolívia, apesar dos problemas recentes com o país vizinho.

- Novos investimentos dependerão de uma avaliação de risco e retorno caso a caso.

Gabrielli acrescentou que, por enquanto, o compromisso da estatal brasileira com o governo boliviano é de aplicar US$ 200 milhões nos próximos 30 anos para manter a produção de 17 milhões de metros cúbicos/dia, que são operados pelas refinarias estatizadas.

Na palestra que fez no seminário Gás Summit Latin America, na capital paulista, Gabrielli demonstrou a preocupação da Petrobras com a depedência do gás boliviano. Hoje, mais da metade do gás consumido no Brasil vem da Bolívia (24 milhões metros cúbicos/dia). Para reduzir essa dependência, Gabrielli anunciou investimentos para expandir a produção local e ações para encontrar novos fornecedores internacionais de gás natural. Segundo ele, até 2011, a produção nacional deverá chegar a 71 milhões de metros cúbicos/dia — quase três vezes mais do que é produzido atualmente.

Os investimentos previstos pela Petrobras na cadeia de gás natural neste período somam US$ 18,5 bilhões (US$ 11 bilhões em exploração e US$ 7,5 bilhões em infra-estrutura e transporte). A estatal também está estudando a compra ou aumento do fornecimento de gás natural da Nigéria, Argélia, Catar, Trinidad Tobago e México.

Gabrielli também explicou que a Petrobras estuda alternativas para ampliar a oferta de gás natural no Cone Sul americano, região que é atendida pela Bolívia através do gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol). Nesse sentido, disse que poderia ser construída uma unidade de gasificação de GNL (Gás Natual Liquefeito) no estado de Santa Catarina e de outras duas unidades no Nordeste do Brasil, assim como ampliar a linha sul ga Gasbol.

Após participar do seminário, Sérgio Gabrielli admitiu que a estatal poderá aceitar o pagamento pelas refinarias estatizadas na Bolívia em gás natural. Como ainda não existe uma proposta oficial do governo boliviano, Gabrielli não arriscou especificar em que

condições se daria o pagamento dos US$ 112 milhões, valor estipulado para as as duas refinarias na Bolívia.

- Nós esperamos que a Bolívia pague em dinheiro, provavelmente em duas parcelas. Agora, se eles quiserem pagar em gás, temos que analisar as condições desse pagamento em produto. Gás natural, para nós, é dinheiro - afirmou Gabrielli.

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