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Depois de introduzir o conceito de hipermercado no Brasil na década de 80 e diversificar as vendas com farmácias e mercados menores, a rede francesa Carrefour amplia sua operação de postos de combustíveis de grandes bandeiras, iniciada em 1994. O faturamento com o negócio já representa 10% das vendas totais no país, e a região de Curitiba foi uma das cidades escolhidas para abrir novos estabelecimentos.

A rede supermercadista opera há alguns anos um posto Ipiranga no pátio de sua loja em Pinhais. Em abril deste ano, passou a operar seu primeiro posto de rua no país a poucos metros da loja do bairro Champagnat, em Curitiba. E em novembro reabre o posto Esso da Avenida Martim Afonso, ao lado da Praça 29 de Março. O estabelecimento estava fechado porque, em outubro de 2005, as petrolíferas ficaram impedidas de operar postos próprios, por determinação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A negociação com o Carrefour foi proposta pela Esso e durou quatro meses.

No Brasil, a rede supermercadista já tem 51 postos de combustível em funcionamento no pátio de suas lojas e 6 de rua, e em breve abre mais 5. Além do novo posto em Curitiba, foram sublocados outros sete em Porto Alegre e São Paulo.

Quem comandou a operação foi o diretor de combustíveis do Carrefour, Paulo Renato Silveira, que trabalhou 16 anos na Esso até entrar para a varejista há um ano e meio. "O objetivo é sermos percebidos pelo consumidor como prestadora de serviços", explica. A rede já tem sua própria farmácia e agência de turismo. Na França, seu país de origem, além do verejo e da venda de combustíveis, tem negócios como seguradora e banco.

"No Brasil estamos diversificando em alta velocidade", diz Silveira. Os postos sublocados manterão a marca Esso, mas os próximos três, que serão abertos dentro de lojas do estado de São Paulo, trarão marca própria, assim como as lojas de conveniência, possivelmente, para as quais será criada uma bandeira nova. "Abrir postos é uma forma mais barata de chegar aos bairros centrais", conta Silveira, numa referência ao fato de as lojas do Carrefour ficarem em bairros periféricos.

De acordo com a Associação Paranaense de Supermercados (Apras), a diversificação é boa para o mercado porque permite a ampliação de marcas e criação de novos negócios – o que em alguns casos representa a reabertura de estabelecimentos desativados.

Concorrência

A rede Pão de Açúcar seguiu os passos do Carrefour e abriu seu primeiro posto em 2001, no estado de São Paulo. A parceria, com a Texaco, se expandiu e Curitiba tem há dois anos o Posto Extra, em frente ao hipermercado da Avenida Pres. Kennedy, que chega a atender 2 mil clientes nas vésperas de aumento. Existe o plano de abrir outro na loja do Alto da XV.

O Wal-Mart também passou a ter postos quando comprou as lojas do Sonae, no ano passado. São três postos em lojas Big no estado de São Paulo.

Mas a rentabilidade obtida com a venda de combustíveis, que é um mercado de baixas margens, pode não ser a principal estratégia desse movimento de diversificação, na opinião do professor de marketing do Centro Universitário Unifae, Marcos Kahtalian. "Talvez seja uma forma de conhecer o mercado de lojas de conveniência, segmento em alta. Seria mais provável do que estarem interessadas em distribuir combustível. Não há sinergia", diz.

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