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Rotativo do cartão de crédito é uma das formas mais caras de empréstimo – e deve ser das últimas a ter juros reduzidos após a queda na Selic.| Foto: Pixabay

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) descartou pretensão de se acabar com as compras parceladas no cartão de crédito. A entidade participa de grupos multidisciplinares que analisam as causas dos juros praticados e alternativas para um redesenho do rotativo, de um lado, e, de outro, o aprimoramento do mecanismo de parcelamento de compras.

“Nenhum dos modelos em discussão pressupõe uma ruptura do produto e de como ele se financia”, disse o presidente da entidade, Isaac Sidney, por meio de nota. A possibilidade de extinção do rotativo foi citada na quinta (10) pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante audiência no Senado.

Segundo o presidente da Febraban, o cartão de crédito deve ser mantido como relevante instrumento para o consumo, preservando a saúde financeira das famílias.

“Isso porque estudos indicam a necessidade de medidas de reequilíbrio do custo e do risco de crédito. Para tanto, é necessário debater a grande distorção que só no Brasil existe, em que 75% das carteiras dos emissores e 50% das compras são feitas com parcelado sem juros.”

Os estudos da Febraban mostram, ainda, que o prazo de financiamento impacta diretamente no custo de capital e no risco de crédito, e a inadimplência das compras parceladas em longo prazo é bem maior do que na modalidade à vista, cerca de duas vezes na média da carteira e três vezes para o público de baixa renda.

Dados do Banco Central mostram que a taxa de juro no rotativo do cartão de crédito era de 15,04% ao mês em junho, enquanto a do parcelado era de 9,47% ao mês. Esta modalidade tem um prazo médio de concessão de 13,3 meses.  A inadimplência é quase cinco vezes maior no rotativo do que no parcelado. Neste, foi de 9,94% em junho. Naquele, 49,05%.

Sidney afirmou que entidade continuará perseguindo uma solução construtiva que passe por uma transição gradual, para que se alcance a convergência que, ao mesmo tempo, beneficie os consumidores e garanta a viabilidade do produto para os elos que atuam na indústria do cartão de crédito, como bandeiras, bancos emissores, adquirentes (maquininhas), lojistas e consumidores.

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