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BCE compra títulos da Espanha e salva país de fiasco em leilão

Agência Estado

Londres - O Banco Central Europeu (BCE) comprou bônus do governo da Espanha após o desempenho negativo do leilão de títulos de cinco anos do país. A Espanha vendeu 3,621 bilhões de euros em novos bônus de cinco anos, abaixo da meta máxima pretendida e a uma taxa mais elevada que a praticada no mercado secundário. Esse foi o primeiro leilão de bônus desde que o BCE começou a comprar papéis do governo espanhol e italiano. Um trader disse que o BCE comprou papéis da Espanha com vencimento em até dez anos. O BCE também comprou bônus da Itália, segundo traders.

O Tesouro espanhol ofereceu um rendimento ao investidor (yield) de 4,489% no leilão de bônus com vencimento em outubro de 2016 e cupom de 4,25% – abaixo da taxa de 4,871% paga no leilão de bônus de cinco anos realizado em 7 de julho. Entretanto, o Tesouro pagou um prêmio em relação ao preço dos títulos no mercado secundário para vender os bônus. Pouco antes do anúncio do resultado do leilão, os bônus com vencimento em 2016 eram negociados com yield de 4,33%.

O Tesouro espanhol ofereceu entre 3 bilhões de euros e 4 bilhões de euros em novos bônus. As propostas de compra apresentadas atingiram 6,361 bilhões de euros – a média de ofertas feitas e aceitas foi de 1,76 sobre o montante vendido, abaixo da média de 2,85 do leilão de 7 de julho.

"De modo geral, consideramos que o resultado do leilão foi desapontador, com o governo espanhol tendo de pagar um grande prêmio ao mercado para vender novos bônus em meio a uma queda na demanda", disse a estrategista do UniCredit Bank Chiara Cremonesi.

O governo americano reduziu quase pela metade a previsão de crescimento da economia neste ano e disse que o desemprego vai continuar em 9% em 2012. Segundo o Escritório de Administração e Orçamento da Casa Branca, o PIB dos EUA vai crescer 1,6%, ou seja, 1,5 ponto percentual a menos que a estimativa anterior, de fevereiro. O resultado é reflexo dos números do primeiro semestre –em que a maior economia global teve uma expansão inferior a 1% – e é insuficiente para fazer com que o desemprego tenha uma queda significativa.

A recuperação da economia americana é considerada fundamental para o sucesso de Obama nas eleições do ano que vem, mas no momento crescem os temores de que os EUA possam estar mergulhando novamente em uma recessão. O último ciclo negativo da economia dos EUA durou 18 meses, até junho de 2009, e foi o mais longo desde a Grande Depressão.

Indústria

Os números atuais dos EUA e das outras grandes economias mundiais não são promissores. O índice de produção industrial global, medido pelo JPMorgan, recuou em agosto pelo sexto mês consecutivo. Está no menor patamar desde junho de 2009, muito próximo do valor que mostra que o setor está em retração. O indicador aponta que a fraqueza está espalhada e não existe nenhuma grande economia que se destaque positivamente – na melhor das hipóteses, há indústrias que têm expansão fraca.

O Brasil é um exemplo, já que, por este indicador, a indústria enfrentou em agosto o terceiro mês consecutivo de retração e teve o pior resultado em mais de dois anos. As indústrias dos países em desenvolvimento sofrem com o enfraquecimento das economias ricas, que importam menos. A indústria das nações desenvolvidas conta com as compras dos emergentes para compensar os problemas em casa.

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