O governo federal autorizou, nesta terça-feira (20), a adesão da fábrica da Caterpillar em Campo Largo (Região Metropolitana de Curitiba) ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Com isso, 336 funcionários terão a jornada de trabalho reduzida em 30% e os salários, em 15%.
A perda no salário é menor porque parte dela é coberta por subsídios do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O corte da carga horária e da remuneração terá duração inicial de três meses, mas pode ser prorrogado.
A fabricante de equipamentos para construção é a primeira empresa do estado a ter sua adesão ao PPE homologada pelo governo. Os funcionários votaram pela participação no programa em 20 de setembro e desde então o acordo estava em análise no Ministério do Trabalho, segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Montadoras de Veículos, Chassis e Motores de Campo Largo (Sindimovec).
Plano de proteção ao emprego evita apenas 7% das demissões
Programa teve pouco menos de 20 mil adesões confirmadas até agora. De julho para cá, o país cortou 243 mil postos de trabalho
Leia a matéria completaNa segunda-feira (19), a Gazeta do Povo informou, incorretamente, que a Volkswagen em São José dos Pinhais havia sido a primeira empresa a aderir ao programa. Na verdade, será a segunda. Os funcionários da montadora alemã aprovaram a redução da jornada em 20% e dos salários em 10% em assembleia na porta da fábrica, mas o acordo ainda precisa passar pelo crivo do Ministério do Trabalho.
Segundo o Sindimovec, a Caterpillar, afetada pela crise econômica e a forte queda na demanda por seus equipamentos, demitiu mais de 200 pessoas desde agosto de 2014, o que reduziu o quadro de pessoal da fábrica em 26%. A unidade paranaense da empresa, que conforme o sindicato emprega cerca de 580 pessoas, produz pás carregadeiras e retroescavadeiras.
“A adesão ao PPE foi o último recurso da empresa, que já vinha usando banco de horas, férias coletivas e licenças remuneradas para se adequar à queda na demanda”, diz Adriano Carlesso, presidente do Sindimovec.
Segundo ele, embora diminua o poder de compra do trabalhador, o programa ainda é “a melhor saída” para evitar demissões, porque preserva os direitos trabalhistas – o que não ocorre, por exemplo, na suspensão de contratos de trabalho pelo regime de layoff, muito comum em montadoras.
CORREÇÃO: Inicialmente, informações do Sindimovec davam conta de que 580 trabalhadores da Caterpillar foram incluídos no PPE. Mas, segundo lista oficial encaminhada no fim da tarde desta terça-feira (20) pelo Ministério do Trabalho, o número de beneficiários será de 336.
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