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Segmento aguarda com ansiedade pelo Plano Indústria.
Indústria se mostra um pouco mais confiante em 2024| Foto: Janno Nivergall/Pixabay

A confiança dos empresários em relação à economia brasileira pouco avançou em 2023, aponta o Índice de Confiança Empresarial do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). O indicador completou dezembro com quatro quedas mensais consecutivas.

Segundo o economista Rodolpho Tobler, do FGV Ibre, há cautela em relação às expectativas dos próximos meses. Ele destaca que o ritmo de confiança em 2024 vai depender da continuidade da melhoria do ambiente macroeconômico e da retomada de algumas atividades-chave, como a de serviços, que tem mostrado piora nos últimos meses.

O nível de confiança no setor de serviços é o pior desde março de 2023. O que tem motivado a queda, de acordo com Stefano Pacini, também economista do FGV Ibre, é o pessimismo quanto ao futuro dos negócios.

Ele destaca que o ciclo de queda nos juros e a redução do endividamento das famílias não são suficientes para garantir uma resiliência do setor em 2024. Embora os serviços prestados às famílias ainda tenham níveis de expectativas maiores, os “demais segmentos do setor ainda se mostram dependentes da melhoria da confiança dos consumidores e do mercado de trabalho”, ressalta.

A confiança dos comerciantes encerrou o ano com estabilidade. “O avanço do mês foi influenciado pela melhora das perspectivas dos empresários para os próximos meses, apesar da persistente deterioração das avaliações sobre o momento. As expectativas positivas em relação ao futuro podem estar associadas ao provável cenário de continuidade na melhora do ambiente macroeconômico em 2024, com redução de endividamento dos consumidores e condições de crédito mais favoráveis, o que pode desencadear um aumento na demanda, contribuindo para a recuperação do setor”, diz Georgia Veloso, economista do FGV Ibre.

A indústria encerrou o ano passado com um aumento na confiança dos industriais, com aumento gradual da demanda e o movimento de redução dos estoques que começam a se reaproximar do nível neutro.

“Em relação aos próximos meses, há uma melhora das expectativas sobre a tendência dos negócios e na produção principalmente nos segmentos relacionados aos bens de consumo, o que possivelmente está relacionado ao cenário de redução dos juros, inflação e do resultado ainda positivo do mercado de trabalho”, afirma Pacini.

A construção consolidou uma posição de pessimismo moderado, que prevaleceu ao longo de 2023. As expectativas para este ano, entretanto, são mais favoráveis, destaca Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção no FGV Ibre. “Há mais empresas indicando crescimento do que queda na atividade. O balanço do ano também mostra que a infraestrutura esteve à frente de edificações. A área de infraestrutura foi favorecida pelo crescimento dos investimentos públicos e privados, enquanto o mercado imobiliário sofreu mais com as altas taxas de juro”, afirma.

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