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Os bancos oficiais estão liderando o movimento de compra de carteiras de instituições privadas, movimento que deve ser seguido pelos bancos privados. Ontem, a Caixa Econômica Federal (CEF) anunciou que adquiriu 20 carteiras, tem disponível até R$ 3 bilhões para novos negócios e que o foco do banco, neste momento, é o crédito consignado e empréstimos feito às empresas. O Banco do Brasil também informou que está comprando carteiras de crédito consignado para consolidar a sua posição de liderança nesse mercado.

As operações dos bancos federais foram seguidas por movimentações nos bastidores dos bancos privados. Itaú e Unibanco, entre outros, têm intenção de adquirir a carteiras de créditos. Uma questão, no entanto, está chamando a atenção: para muitas instituições de pequeno e médio porte, o maior interesse está na venda das carteiras de financiamento de automóveis.

Automóveis

A venda desse tipo de crédito, no entanto, tem esbarrado na necessidade de um prazo maior de análise da qualidade dessas carteiras pelas instituições financeiras. Ao contrário do crédito consignado, no qual a garantia do empréstimo é o salário do devedor, os financiamentos de veículos têm um risco maior. Embora o veículo seja a garantia do empréstimo, a tomada do bem em caso de inadimplência é mais demorada e leva, em média, seis meses.

O economista-chefe da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, disse que o processo de compra das carteiras se dá "aos poucos" porque os bancos fazem uma análise criteriosa dos créditos. "Essa é a tendência", disse o economista. Segundo ele, a liberação dos compulsórios facilitando a compra de carteiras de crédito dos bancos foi uma medida "boa e inteligente", mas a decisão demanda algum tempo. "A medida já começou a surtir efeito", disse.

O vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, informou que o banco está em processo de negociação para a compra de cerca de 20 carteiras. Segundo ele, a CEF não está priorizando, no momento, carteiras de automóveis porque esse não é o perfil do banco. Percival previu que, provavelmente, na próxima semana, os primeiros contratos de compra das carteiras serão sendo fechados. A Caixa tem ainda mais R$ 5 bilhões, até o final do ano, para aplicar em crédito habitacional e mais R$ 25,8 bilhões para crédito a pessoas físicas, jurídicas e de infra-estrutura.

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