As centrais sindicais do estado propuseram ontem ao governo um reajuste do salário mínimo regional de 14,84%, o que elevaria o piso do Paraná para até R$ 878. O valor da correção equivale ao Produto Interno Bruto (PIB) do estado em 2010 mais a inflação medida pelo INPC entre maio de 2010 e abril deste ano. A conta usa a projeção do índice inflacionário para fevereiro, março e abril. Na semana passada, o governo federal aprovou no Congresso o novo mínimo nacional, de R$ 545, reajuste equivalente a 6,46%.
O piso regional vale para profissionais que não têm base salarial estabelecida por acordos ou convenções trabalhistas. No estado, são cerca de 350 mil trabalhadores, como jardineiros, zeladores, trabalhadores rurais e açougueiros. Após o reajuste do ano passado, o Paraná passou a ter o maior mínimo do país, com faixas salariais entre R$ 663 e R$ 765. A correção proposta pelos trabalhadores elevaria o piso para valores entre R$ 761 e R$ 878. Ainda que afete relativamente poucos trabalhadores, o mínimo estadual é importante porque serve de referência para as categorias organizadas.
O G8, grupo das principais entidades patronais do estado, diz que um reajuste acima da inflação afetará a competitividade das empresas paranaenses. Aprovado no início de fevereiro, o mínimo regional de São Paulo, estado mais rico da federação, é de R$ 600.
O governo estadual sinaliza com uma correção pelo INPC, de 6,46%. "O governo está comprometido em manter o piso apreciado. No mínimo, deve haver uma correção pelo INPC", afirmou ontem o secretário de Estado do Trabalho, Luiz Claudio Romanelli (PMDB).
Decisão
Uma reunião entre empresários, trabalhadores e representantes do governo está marcada para 16 de março. Caso cheguem a um consenso, a proposta será enviada à Assembleia. Se não houver acordo, o governo decidirá o valor do reajuste a ser apreciado pelos deputados. A medida precisa ser sancionada pelo governador Beto Richa até 1.º de maio.
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