• Carregando...
 |
| Foto:

Reversão

Indenização de ativos é principal preocupação do setor

Folhapress

A indenização dos ativos do setor elétrico que serão retomados pelo governo para posterior prorrogação da concessão por 30 anos é a principal fonte de preocupação do setor.

Segundo Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), ainda falta clareza sobre a definição dos valores que serão definidos pelo governo para a reversão dos ativos. "Ainda não está muito claro como o governo pretende fazer esses cálculos, mas acho que esse seminário pode ajudar a compreender como isso será feito", disse.

Segundo ele, as mudanças no setor não podem quebrar regras jurídicas, o modelo regulatório e dar sinal econômico equivocado para o setor elétrico. Segundo ele, o setor investiu R$ 190 bilhões em uma década e terá de "investir 40% mais do que isso" nos próximos anos.

Participação

Uma dúvida que pairava sobre o setor era a participação ou não nos leilões das concessionárias que não aceitarem a renovação nas condições definidas pelo governo. Durante um seminário da Abdib, em São Paulo, representantes do governo disseram que o concessionário que não quiser a renovação poderá participar do leilão do projeto que administrava. Declarações do diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, há duas semanas indicava que isso não seria permitido.

Desta forma, a Cemig, que informou não querer renovar as concessões de três usinas, poderá disputar os mesmos projetos em um novo leilão.

Segundo o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) André Pepitone, o órgão regulador recebeu 106 pedidos, de um total de 123 usinas, para renovar concessões do setor elétrico. O prazo para que as empresas apresentassem os requerimentos terminou ontem.

Entre as 17 usinas que não tiveram solicitações para prorrogar a concessão, estão algumas das companhias de Minas Gerais (Cemig), do Paraná (Copel) e também da Energisa Nova Friburgo. No caso da Copel, trata-se da usina de São Joaquim – que está desativada há mais de dez anos, por isso do não interesse da companhia. A Energisa Nova Friburgo não pediu a renovação da concessão das usinas de Catete e Xavier. Já a Cemig informou ainda na segunda-feira que não pediu a renovação da concessão das usinas de São Simão, Jaguara e Miranda. O governo ainda não divulgou um relatório no qual revela quantas empresas aceitaram a renovação e quantas não aceitaram.

No dia 11 de setembro, o governo federal enviou ao Congresso Nacional a medida provisória 579 em que renova as concessões por mais 30 anos e busca reduzir em 20%, em média, a conta de luz dos consumidores brasileiros já a partir de janeiro de 2013.

Nelson Hubner, diretor-geral da Aneel, disse que esse "atropelo" originou-se da necessidade de uma mudança imediata do preço da energia. O país estava perdendo competitividade industrial por causa do custo desse insumo.

Regras

Segundo o secretário exe­cutivo do Ministério de Minas e Energia, Marcio Zimmermann, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a Aneel e a consultoria PSR estão definindo as tarifas para as concessões prorrogadas e o valor da indenização.

EPE e PSR estão calculando os valores das tarifas que serão autorizadas para as hidrelétricas que terão os contratos renovados. A Aneel definirá o valor para as companhias de transmissão. O governo tem até o início de novembro para informar aos concessionários quais as tarifas autorizadas e o valor de indenização que serão pagos para a reversão dos ativos para a União.

A meta do governo é assinar os novos contratos no dia 4 de dezembro. O objetivo é que as tarifas não tenham mais que remunerar ativos, portanto, o valor da energia que será entregue às distribuidoras será muito inferior ao atual.

Mas isso ainda dependerá de quantos concessionários de geração aceitarão as novas regras e quais as alterações que a MP poderá ainda sofrer no Congresso. Há mais de 400 emendas ao texto encaminhado ao governo.

Copel

Em comunicado aos investidores, na segunda, a Copel confirmou o pedido de renovação de seus ativos com vencimento até 2015, mas disse que irá "aderir a contratos aditivos, desde que os termos contratuais e as regras futuras sejam amplamente divulgadas e previamente discutidas, consensadas e com prévio conhecimento do alcance das leis e normas atinentes".

CompensaçãoTesouro vai bancar R$ 3,3 bilhões para conta de luz ficar mais barata

Folhapress

O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Marcio Zimmermann, disse ontem que o Tesouro Nacional disponibilizará R$ 3,3 bilhões para compensar perdas de arrecadação da Conta de Desenvolvimento Energético, um dos encargos que sairão da conta de luz. Zimmermann representou o ministro Edison Lobão em um encontro em São Paulo para discutir as mudanças no setor elétrico.

Para reduzir o valor da conta de luz, além de reduzir a tarifa das usinas hidrelétricas, o governo vai retirar três encargos: CCC (Conta de Consumo de Combustíveis), que banca a geração com óleo combustível em regiões isoladas da Amazônica; CDE (Conta de Desenvolvimento Energética), encargo que banca o Luz para Todos; e RGR (Reserva Geral de Reversão), conta usada para retomada de concessões.

A RGR, no entanto, dispõe atualmente de R$ 17 bilhões, uma parte desses recursos aplicados em projetos da Eletrobrás. A avaliação é a de que esse valor não conseguirá pagar toda a reversão dos ativos das elétricas que terão a concessão renovada.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]