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Sérgio Habib diz que o modelo J6 concorrerá no segmento do Chevrolet Zafira | Divulgação
Sérgio Habib diz que o modelo J6 concorrerá no segmento do Chevrolet Zafira| Foto: Divulgação
  • Interior dos modelos da JAC são desenvolvidos no Japão

A fabricante chinesa de veículos Jianghuai Automobile Co. (JAC Motors) e o grupo brasileiro SHC fecharam, nesta terça-feira (15), contrato de parceria de 10 anos para a exportação de carros para o mercado nacional.De acordo com o presidente do SHC, Sérgio Habib, o investimento será de US$ 100 milhões, sem contar o que será aplicado para a montagem da rede de concessionárias, que contará inicialmente com 50 lojas (25 delas pertencentes ao próprio grupo SHC). A JAC estreia no mercado brasileiro e concorrerá também com outras chinesas como a Hafei Motor, Jinbei Automobile, a Chana Motors, a Effa Motors (Changhe) e a Chery.

Os modelos chineses da JAC começam a ser vendidos no Brasil no final de 2010. Segundo Habib, as primeiras unidades chegarão em março e passarão por testes de resistência e durabilidade, para se adequarem às vias brasileiras. Os motores também serão calibrados para aceitar a gasolina vendida no país, composta por 22% de álcool anidro.

As perspectivas de Habib para o Brasil são audaciosas, se for levar em consideração a resistência do consumidor em relação aos produtos "made in China". Segundo o empresário, é projetada a venda de 3 mil unidades por mês. "Em 2011 acredito que venderemos 35 mil carros e atingiremos 1% de participação do mercado", avalia Habib.Para atingir o volume, a JAC colocará nas lojas do país, inicialmente, quatro modelos: o sedã médio J5, a minivan J6 e o compacto J3 nas versões sedã e hatch. "O J6 entrará para competir no defasado mercado do Chevrolet Zafira, Renault Scénic e Citroën Picasso. Esses carros já estão 'velhos' e entraremos no segmento com um modelo tecnologicamente mais avançado", defende o empresário, que afirma que todos os modelos terão três anos de garantia.

Como qualquer outro carro importado, os modelos da JAC prometem atrair o consumidor pelo conjunto de preços competitivos – ainda não divulgados - e itens de série, como sistema de freios ABS, ar-condicionado digital, airbags frontais e laterais e CD player. "Em 2012 pretendemos chegar à venda de 50 mil unidades. Há muito espaço no mercado brasileiro para crescer", ressalta. De acordo com Habib, os modelos serão lançados simultaneamente com a China. "Não traremos carros que já saíram de linha no mercado chinês".

A aposta de Sérgio Habib deverá atrair outros investidores chineses ao país, porque se baseia no forte potencial do mercado nacional, que atualmente aceita muito bem carros asiáticos como japoneses e sul-coreanos. "Vamos atrair os clientes que querem novidades. São pessoas que já se cansaram do Gol, do Fiesta ou do Corolla. As marcas novas sempre ocupam espaço no país, por mais que seja muito difícil conseguir market share (participação de mercado)".

"Hoje as marcas sul-coreanas possuem 3% de participação no mercado brasileiro e estão em contínuo crescimento. As francesas possuem 8,9% e, as japonesas, 9,2%. Fora as sul-coreanas, essas montadoras não devem crescer muito mais do que isso. Mas elas pegaram mercado das ‘Big Four’ (Fiat, Volkswagen, GM e Ford), hoje com 77,7% do mercado", acrescenta o empresário, sobre o comportamento das vendas atualmente no Brasil. Assim, segundo sua análise, as chinesas dominarão 5% do mercado nacional daqui a cinco anos.

Experiência no setor, Habib tem de sobra para afirmar isso. Ele foi o responsável por trazer a marca Citroën ao Brasil, chegou a presidir a companhia e, hoje, possui a maior rede de distribuição da marca no mundo. O empresário também é o maior distribuidor da Ford do Brasil e possui concessionárias da Volkswagen e Jaguar. Ao todo o grupo comanda 55 concessionárias — sem contar as que serão abertas sob a marca JAC.

JAC na China

Embora já monte carros na China há 45 anos, a JAC não está entre as maiores montadoras da China, até porque está entre únicas quatro fabricantes de veículos com 100% de capital chinês. A produção anual da JAC é de 500 mil unidades, sendo que exporta 100 mil veículos.

Perto das vendas internas da China que deverão chegar neste ano a 12 milhões de unidades, o volume ainda é considerado pequeno. Como comparação, a General Motors do Brasil – a terceira maior do país — fabricará neste ano cerca de 650 mil unidades. Isso porque o Brasil deverá consumir 3,1 milhões de veículos novos em 2009.

O faturamento da JAC Motors neste ano deverá chegar a US$ 4 bilhões. Para 2010, a empresa espera atingir US$ 6 bilhões. No ranking chinês, o desempenho da JAC está atrás da Foton, Chery e BYD Auto. Essa última, talvez seja a próxima concorrente da JAC no Brasil. Por trás de um possível acordo com a montadora chinesa está o bilionário empresário brasileiro Eike Batista.

Para melhorar a competitividade e ampliar as vendas, a JAC Motors aposta nos seus centros de design. Um deles é em Turim, na Itália, que desenvolve as linhas externas dos carros, com a cooperação do estúdio Pininfarina. O outro é no Japão, responsável pelo desenvolvimento da parte interna dos veículos. Quem quiser conferir os modelos da JAC Motors, eles estarão expostos no Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro de 2010.

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