As maiores economias da Europa fecharam seu apoio à candidatura da francesa Christine Lagarde para a direção do Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas é a falta de consenso entre as grandes economias emergentes sobre quem deve liderar a instituição que se transforma no ponto mais forte para a candidatura da Europa na corrida pelo cargo deixado pelo francês Dominique Strauss-Kahn.
Hoje, o FMI começa oficialmente a receber candidaturas para o posto. Mas diplomatas e o próprio mercado já avaliam a corrida como um teste de maturidade política para os Brics grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Os países europeus parecem ter superado suas divergências para garantir que um representante do bloco à frente do órgão. No fim de semana, negociações permitiram que as quatro maiores economia da UE - Alemanha, Itália, Reino Unido e França - chegassem a uma aparente posição de consenso em torno do nome de Christine, atual ministra de Finanças da França.
Depois do apoio de Alemanha, França e Itália, ontem foi a vez do Reino Unido declarar seu apoio à francesa. O secretário do Tesouro, George Osborne, qualificou Christine como "a melhor pessoa para o cargo". "Será ainda bom ver a primeira mulher na direção do FMI em seus 60 anos", disse. O apoio dada à francesa enterra de vez a possibilidade de uma candidatura do ex-primeiro-ministro, Gordon Brown.
"Muitos países a apoiam", afirmou o ministro do Interior da França, Claude Gueant, braço direito do presidente Nicolas Sarkozy. A nota destoante veio da Suíça, que indicou ontem que não necessariamente apoiará um europeu para o FMI. A instituição quer ter seu processo concluído até 30 de junho e a demonstração de união em torno de Christine seria uma forma de mostrar que existe uma massa crítica favorável à francesa, pelo menos entre os ricos.
Enquanto a Europa se mobiliza, os emergentes enfrentam dificuldades para chegar a um nome comum para apresentar como candidato. Um dos mais cotados, o turco Kema Dervis, anunciou que não seria candidato. China, Rússia e Índia já indicaram que não querem ver outro europeu no cargo. Mas a aposta da Europa é de que, apesar da resistência, os emergentes não têm um candidato único, o que enfraquece sua causa e mesmo uma eventual campanha.
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