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Ponta Grossa – Os mesmos agricultores gratos pela chuva que voltou a molhar os campos plantados, depois de dois anos de estiagem, agora olham para o céu esperando dias de sol. Na Região Sul do estado, onde está metade da área plantada de milho do Paraná, seqüências de dias chuvosos atrapalham a colheita. "Prejudicou um pouco o milho, mas ajudou na granação da soja e favoreceu a segunda safra de feijão e batata", explica José Roberto Tosato, agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), na regional de Ponta Grossa.

A maior preocupação é com eventuais atrasos, que podem interferir na colheita da soja também. Logo que ela madurar, as máquinas param de recolher o milho e partem para as vagens. "Daqui pra frente, qualquer época que chova muito pode prejudicar a produção", avalia Tosato. E a previsão climática para o mês que começa hoje é de muita água. A recomendação agora é correr contra o tempo, para deixar a menor quantidade possível de milho para ser colhida em abril e maio.

De acordo com a meteorologista do Simepar, Scheila Paz, as chuvas durante o mesmo de fevereiro foram bastante irregulares, com algumas regiões tendo registro de quantidade acima da esperada, como foi o caso de Maringá e Paranavaí. Para março, a estimativa de índices pluviométricos consideráveis se mantém.

O produtor Frank Dijkstra, que tem mais de 600 hectares de milho em Carambeí, nos Campos Gerais, está com as colheitadeiras a pleno vapor. A intenção é de terminar tudo até meados de março, quando a soja exige atenção exclusiva. "Os produtores vão poder tirar parte do prejuízo dos anos anteriores", afirma sem comemorar, dizendo que não há motivo para euforia.

A técnica do Deral, Margorete Demarchi, confirma que não há, por enquanto, motivo para grandes preocupações e nem otimismo exagerado. Em 2006, sem chuvas em fevereiro, o Paraná já tinha colhido 22% da safra de milho. Este ano, os dados mais atualizados, que remetem há duas semanas, apontam para 15% do total. Os números ainda estão baixos porque a Região Sul, devido ao clima, é a última a iniciar e terminar o processo.

"Se tudo correr bem, o Paraná pode colher a segunda melhor safra de milho", avalia. Mesmo com redução de 13% na área plantada – que ficou em 1,3 milhão de hectares – a produção deve ser 7% maior em relação a 2006, na casa das 8,2 milhões de toneladas.

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