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Programação

A RPC TV programou uma série de ações para comemorar seus 50 anos:

- Exposição RPC TV 50 anos – A estrutura foi montada em um prédio na Rua Mamoré, 753, anexo à sede da emissora. Gratuita, a visitação será aberta hoje.

- Livros – Os jornalistas da RPC TV Sandro Dalpícolo e Jorge Narozniak escreveram Uma Nova Luz na Sala – A História da TV Paranaense e Histórias do Paraná, respectivamente. Os volumes, que contam histórias pouco conhecidas do Paraná e relembram a chegada da tevê ao estado, estarão disponíveis em livrarias de todo o Paraná a partir de hoje e no site das Livrarias Curitiba (www.livrariascuritiba.com.br). O valor é de R$ 39,90 cada.

- Roberto Carlos – A RPC TV promove, em 6 de novembro, um show gratuito com o cantor Roberto Carlos, em Curitiba. Será às 20 horas, na Praça Nossa Senhora da Salete, em frente do Palácio Iguaçu.

- Nova Marca – A marca da RPC TV passa por uma repaginação, com traços arredondados e formas mais orgânicas e harmônicas. A partir de hoje, as oito emissoras serão chamadas apenas de RPC TV.

Depoimento

A tevê parecia um sistema de fogão a lenha

Comecei a fazer televisão em São Paulo, mas aprendi mesmo foi no Paraná. Era uma escola porque quem "inventou" a televisão por aqui foi um grupo de curiosos, sem experiência. Não tínhamos noção do que estávamos fazendo e hoje a RPC TV se tornou esta maravilha. Digo que operávamos uma televisão que parecia um sistema de fogão a lenha – era um estúdio de 6 por 12 metros –, bem diferente da atual tevê digital.

Me sinto pioneira por ter sido a primeira garota-propaganda a aparecer na telhinha daqui. E não era só apresentar. Fiz de tudo um pouco: ajudei a selecionar, junto com o Renato Mazânek, as outras garotas que trabalhariam na tevê. Saía comprar tecidos para confecção das roupas e ia atrás de costureiras. Comecei apresentando programas e comerciais. Os patrocinadores compravam o programa inteiro, e não alguns segundos, por isso ficávamos em função de apresentar os produtos o tempo todo. Eram de três a quatro laudas decoradas com as características de cada um. No meio de tanta informação, claro que alguma passava errado. Lembro-me de uma frase que falei trocada: "Creme dental Kolynos, combate os dentes e protege as cáries". Depois ria ao vivo, porque não tinha como cortar. Isso me ajudou na improvisação. Uma outra apresentadora tinha brancos, assim como todas nós, mas era mais engraçada porque se enrolava nas cortinas do estúdio para se esconder. Tivemos também programas infantis. Me vesti de coelhinha e no estúdio levávamos crianças para brincar e gravávamos. Era uma festa.

Sabe que chegamos a fazer a encenação da Paixão de Cristo no pequeno estúdio? A cruz foi colocada no chão e, não sei por que, o rapaz que interpretava Jesus, e deveria ter sido crucificado, acabou deitando no lugar errado. Acontecia muito dessas coisas estranhas. Também viajamos bastante a São Paulo e Rio de Janeiro para "copiar" os programas de lá, por exigência dos patrocinadores. Fui várias vezes para aprender e hoje digo que a semente que plantamos está aí, forte como nunca.

Meire Nogueira, primeira garota-propaganda da RPC TV

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Acostumados a acompanhar notícias e telenovelas pela rádio, os curitibanos pararam boquiabertos em frente das Lojas Tarobá para ver, pela primeira vez, a imagem de um programa televisivo. Todos queriam saber como era a tal televisão e o que tinha "dentro" dela. Os chuviscos deram vez à imagem em preto e branco às 19 horas de 29 de outubro de 1960. Era inaugurada a primeira emissora de televisão no Paraná, chamada de TV Paranaense ou Canal 12, atual RPC TV – existiam cerca de 300 aparelhos em toda a cidade na época.

Hoje a rede comemora as bodas de ouro, que serão marcadas pelo show de Roberto Carlos, no próximo dia 6. "Ele completou 50 anos de carreira no ano passado, por isso achamos que era o momento de trazê-lo a Curitiba. Esperamos que seja um grande evento", afirma o vice-presidente do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom), Mariano Lemanski.

O início

As primeiras imagens mostraram o então arcebispo de Curitiba abençoando a inauguração do estúdio ao lado do proprietário e fundador da tevê, o empresário Nagib Chede. "Nagib foi um grande visionário. Ele esteve nos Estados Unidos para fazer um check up e na clínica havia câmeras que gravavam os pacientes. Ele ficou apaixonado pelo que viu. Comprou duas câmeras e trouxe para Curitiba", conta o funcionário Fritz Bassfeld, que era "copydesk" (digitador) na televisão.

Numa minúscula sala do Edifício Garcez foram feitos os primeiros experimentos, em 1954. "Era muito mais por paixão do que por profissionalismo", afirma Bassfeld. Depois o estúdio mudou para o Edifício Tijucas, improvisado em uma kitinete, onde ocorreu a primeira transmissão ao vivo (ainda não existia videoteipe). A programação começava às 18 horas e terminava às 23 horas. "O seriado que passou no dia da inauguração se chamava Susie, Minha Secretária Favorita", afirma Renato Mazânek, autor do livro Ao vivo e sem cores, um dos primeiros a trabalhar na TV Paranaense. A primeira transmissão externa foi feita dois anos após a inauguração. Uma das poucas câmeras do estúdio foi levada para a marquise do Tijucas e mostrou um comício que ocorria na Praça Osório.

Apesar de no início a programação não ser 24 horas, ela era bastante variada: tinha telenovela, teleteatro, shows musicais e noticiário. Bassfeld lembra que, como eram precários os recursos para fazer o telejornal, a TV Paranaense tinha acordo com dois jornais locais para retransmitir as notícias. Mais tarde, Chede procurou a Gazeta do Povo para fazer a mesma parceria – foi então que o empresário e advogado Francisco Cunha Pereira Filho, proprietário da Gazeta, se interessou pela televisão, que comprou em 1970.

Futuro

Além de ser a emissora pioneira no Paraná, a RPC TV foi a primeira a trabalhar com o videoteipe, permitindo a gravação dos programas. E continua sendo precursora: no ano passado apresentou as primeiras transmissões digitais no estado e no último sábado transmitiu o primeiro jogo de futebol em alta definição no estado. E já se prepara para iniciar a produção jornalística em high definition (HD).

Líder de audiência na região, a tevê completa cinco décadas de existência planejando investir R$ 25 milhões em 2011, com os esforços voltados principalmente para a produção de conteúdos locais de dramaturgia e o fortalecimento da cobertura jornalística, para aumentar a conexão e a interação com seu público. "Quanto mais local for a programação, maior a identificação com os telespectadores. Com isso contribuímos para o desenvolvimento do estado", diz o diretor geral da RPC TV, Luiz Cláudio Vieira.

Tanto quanto a programação, a área comercial também evoluiu. Há 30 anos na RPC TV, a gerente comercial, Rosaly Salazar, diz que hoje há um volume muito maior de informações para elaborar a estratégia de uso da televisão como mídia e para mensurar os resultados.

"Temos informações cada vez mais sofisticadas do espectador", diz. Outra grande mudança, conta a gerente, está no planejamento de mídia, feito hoje com muito mais antecedência. "Assim, o cliente garante que vai comprar exatamente o que precisa, o que julga interessante no seu plano de mídia."

História será contada na Revista RPC

Como parte das comemorações dos seus 50 anos, a RPC TV produziu dois programas "Casos e Causos" especiais, que reproduzem algumas histórias do início da televisão no Paraná.

"O diferencial desses episódios é a narração e abordagem jornalística, que são complementadas pela dramatização", explica o gerente de produção da RPC TV, José Nascimento. "Como na época tudo era ao vivo, encaramos o desafio de reproduzir as apresentações musicais, os comerciais e outras curiosidades do início da tevê no estado."

O primeiro episódio vai ao ar neste domingo, dia 31, e conta a história de Nagib Chede, desde o sonho de infância até o os desafios vividos para colocar a primeira tevê do Paraná no ar. O segundo episódio deve ir ao ar em 21 de novembro e vai mostrar três historinhas do início da televisão – entre elas, a de um casal que queria devolver o aparelho de tevê por acreditar que o apresentador via o que se passava dentro da casa.As histórias são interligadas por uma participação especial do jornalista Sandro Dalpícolo, autor do livro Uma nova luz na sala – Histórias da TV Paranaense. O "Casos e Causos" é exibido domingo à noite no programa de variedades Revista RPC.

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