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Grupo era um dos maiores credores de pequenos e médios empresários dos EUA | Natalie Behring/Reuters
Grupo era um dos maiores credores de pequenos e médios empresários dos EUA| Foto: Natalie Behring/Reuters

Nova Iorque - O banco norte-americano CIT Group, um dos maiores credores de pequenos e médios empresários dos Estados Unidos, com um total de US$ 71 bilhões em ativos e US$ 64,9 bilhões em depósitos, entrou ontem à tarde com pedido de concordata em Nova Ior­­que.

Foi o quinto maior pedido de recuperação judicial da história do país, atrás apenas dos processos de Lehman Brothers, Washing­­ton Mutual, WorldCom e General Motors, e o segundo maior do ano, atrás apenas da GM. Os primeiros três efetivamente faliram, e a montadora saiu em julho da recuperação judicial.

A apresentação do pedido do CIT no Tribunal de Falências de Nova Iorque ocorreu depois de uma oferta malsucedida de troca de dívidas com seus credores. Segundo fontes ligadas ao banco, a intenção do CIT é fazer uma concordata programada, de modo a encerrar o mais rápido possível o processo. A proposta teve apoio de credores e acionistas.

O CIT Group vem, há meses, empenhando esforços para honrar os empréstimos de milhares de médias e pequenas empresas, com dificuldades. No mercado, já era esperada a concordata do banco – na última sexta-feira, as ações do CIT despencaram 24% na Bolsa de Valores de Nova Iorque.

O movimento refletiu o em­­préstimo de US$ 1 bilhão do me­­gainvestidor Carl Icahn ao grupo, interpretado como uma preparação para a concordata programada. As ações valiam US$ 60 em 2007 e fecharam na sexta a US$ 0,72.

O banco tentou, por vários me­­ses, evitar o colapso e quase quebrou em julho. Semana passada, chegou a receber de seus credores e acionistas US$ 4,5 bilhões em crédito e teria feito um acordo com a Goldman Sachs para reduzir o valor da dívida com a instituição.

Segundo pessoas próximas à administração da instituição, os credores deverão receber apoio para se reorganizarem e a expectativa é de que isso permita a instituição bancária ter seu plano aprovado rapidamente e consiga sair das portas da falência até o fim do ano.

O banco, em comunicado, disse que seus detentores aprovaram o plano de recuperação. Os administradores tentam com essa medida reduzir a dívida to­­tal da instituição, de US$ 10 bi­­lhões, mas querem ter permissão de continuar a gerir suas carteiras de crédito.

"A decisão de prosseguir com nosso plano de reorganização per­­mitirá ao CIT continuar a man­­ter financiamento para as pequenas empresas e para os clien­­tes de "middle market’’, dois setores que continuam a ser de vital importância para a economia dos EUA’’, disse o presidente Jeffrey M. Peek. O executivo afirmou ainda que planeja deixar o cargo até o final do ano.

Mas a empresa não conseguiu convencer os portadores de títulos da dívida de apoiarem a oferta de troca, um passo que teria amortizado em, pelo menos, US$ 5,7 bilhões de sua dívida e permitido ao CIT mais tempo para pagar o que deve.

Analistas advertiram que setores como o varejista, por exemplo, podem ser especialmente afetados, uma vez que o CIT atua com financeiro de curto prazo para cerca de 2.000 lojistas que fornecem mercadoria para 300 mil lojas.

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