Beneficiadas pelo aumento do salário mínimo acima da inflação e pelos programas de distribuição de renda como o Bolsa Família, elas contam ainda com outra vantagem: como em geral não têm acesso a crédito, as classes D e E têm pouco comprometimento com dívidas de médio e longo prazo. Outro fator que torna atraentes as classes de menor poder aquisitivo é que elas não costumam poupar e todo o aumento de renda é convertido em consumo, segundo Vamberto Santana, consultor econômico da Fecomércio no Paraná. Consumo que se traduz principalmente em compras de itens de primeira necessidade, como alimentos, produtos de limpeza e higiene. "Indústria e varejo têm olhado cada vez com mais atenção para esse público. O desafio é vender produtos que caibam no bolso e isso exige, muitas vezes, a diversificação de fornecedores por parte do comércio" diz.
Grandes redes de varejo vêm criando novos formatos de lojas para esse público. O Walmart inaugura até o fim do ano em Curitiba a primeira loja da bandeira TodoDia, voltada para baixa renda. O formato já presente no Nordeste e que chegou ao Sudeste no ano passado funciona em 68 unidades da rede no país. Com investimento de R$ 3 milhões, a primeira loja será aberta no bairro Boqueirão.
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