
Games e quadrinhos fazem uma dupla do barulho desde os primórdios. Excelentes jogos já nasceram inspirados em HQs famosas, como a série de luta Marvel vs Capcom, até hoje embalando a moçada com golpes sagazes. Darkness II, lançado recentemente para Xbox 360, Playstation 3 e PC, é o produto mais recente desta fórmula de sucesso. Baseado na obra da Top Cow Productions, muito popular lá fora, o jogo traz para as telas a história do brutal personagem Jackie Estacado, um chefão do crime organizado de Nova York em guerra contra outras organizações.
Darkness II, que teve uma boa primeira versão em 2007, é um jogo de tiro em primeira pessoa. Então o básico está lá, sistema de gerenciamento de armas, gráficos de energia e afins. É uma aventura sombria, na qual o jogador coloca em dúvida a sanidade do protagonista, que se culpa pela morte da namorada, conforme vai avançando. Junte culpa, um passado de magia negra e elementos demoníacos e está explicado porque saem duas víboras das costas de Estacado para destruir os inimigos.
Esta arma peçonhenta, aliás, é o grande diferencial. Além de o jogador ter uma arma tradicional em cada mão, tem a vantagem de poder utilizar os dois membros extras que brotam de suas costas. Ou seja, quatro armas podendo ser usado ao mesmo tempo. Um dos tentáculos segura inimigos e atira objetos. O segundo é como uma espécie de navalha. Não só isso, o jogo recompensa a crueldade. Matar os inimigos apenas com tiros dá 10 pontos de pontuação. Se o jogador tiver uma tendência para a carnificina, poderá aumentar a pontuação. Primeiro atire no oponente, use uma das cobras para atravessá-lo e a outra para destruir a cabeça de dele. Tudo isso enquanto descarrega um outro pente de balas em algum outro personagem na tela. Mais 30 pontos. Violência explícita (mas cartunesca) jorra na tela em alta dosagem. Sangue somado com a progressiva demência do protagonista resulta em diversão por horas.
O visual também é algo a ser destacado. Já na beira do limite técnico desta geração de videogames, que se aproxima do fim, os produtores preferiram sair do realismo para se jogar no mundo do cel shading, um filtro que deixa os gráficos muito parecidos com desenhos.
Findada a campanha principal, é hora de cair na jogatina on-line, uma das pérolas desta versão. O melhor modo é a cooperação com até quatro personagens. O jogador pode chamar amigos para encarnar capangas de Estacado e completar pequenas histórias paralelas que ajudam a explicar o enredo principal. Cada um dos quatro personagens com seus próprios poderes especiais tirados diretamente dos infernos. Demência, sangue, demônio e cobras mortíferas tinham poucas chances de dar errado.



