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Ontem começou, de fato, a campanha política que deverá eleger o presidente da República, governadores, as Câmaras de Deputados (Estaduais e Federal) e um terço do Senado. O eleitor poderá digitar na urna eletrônica cinco votos. Eles determinarão boa parte do seu próprio destino: teclado o "Confirma", não haverá mais arrependimento possível. Não lhe restará alternativa que não seja agüentar durante 1.461 dias o resultado da sua escolha.

Essa é a importância do dia 1.º de outubro de 2006. Se o cidadão eleger alguém que pensa e se comporta como ele e que, como seu representante, souber que sua principal missão é velar pela integridade e qualidade dos gastos públicos, ele poderá ter alguma tranqüilidade quando acompanhar o seu trabalho. Dos chefes do Executivo (presidente e governadores) espera-se uma administração responsável e austera e a proposta de um orçamento equilibrado que cumpra o programa com que se elegeram. Dos membros do Legislativo – mesmo os da oposição – espera-se uma íntima cooperação para a feitura do orçamento dentro das prioridades que levaram os eleitores a escolher quem escolheu para o Executivo. E, tão ou mais importante do que isso, espera-se que a minoria fiscalize com rigor e objetividade a execução orçamentária.

O que não tem cabimento, num regime presidencialista e eleições com segundo turno para obter a maioria absoluta da preferência da sociedade, é a minoria pretender impor as "prioridades" que foram vencidas nas urnas. Ao governo cabe mostrar sua maioria nas votações e à minoria cabe exercer lealmente toda a "oposição" permitida pelos Regimentos das casas do Congresso. Um dos motivos pelos quais isso não tem se verificado na atual Legislatura é que há, ainda, uma lembrança do mau comportamento do "velho PT". Sua oposição não tinha limites. Era desleal e desabusada, o que agora o PSDB e o PFL não lhe perdoam.

Quando lamentamos a tragédia que se abateu sobre o Congresso e verificamos a indignação do eleitorado, é hora de lembrar que não tem ninguém, nas Câmaras ou no Senado, que tenha sido eleito na Argentina! É claro que o eleitor não tem culpa pelo mau comportamento do seu representante, mas não é possível negar que um bom número deles descuidou-se na escolha em 2002. Não há nada mais importante para o pleno exercício da cidadania do que o voto meditado e consciente, registrado na urna a cada 1.461 dias. O voto em branco que parece resposta à indignação é, apenas, suicídio político...

dep.delfimnetto camara.gov.br

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