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As últimas duas semanas trouxeram boas notícias para a educação. No domingo passado comentei a importância do Programa "Educação para a nova Indústria" – de R$ 10 bilhões – que o Sesi e o Senai levarão adiante para ampliar as oportunidades do ensino de boa qualidade.

Nesta semana tomei conhecimento de uma nova estratégia do governo de São Paulo para melhorar a qualidade da educação nas escolas públicas.

Por decisão do governador José Serra, as escolas serão rigorosamente avaliadas e premiadas em função de um sistema de metas. Isso inclui a avaliação dos diretores, professores e funcionários. Para cada escola será fixada uma meta de melhoria nos campos da administração e da aprendizagem.

A melhoria da gestão pesará 25% e a do ensino 75%. Na medida em que as escolas forem se aproximando da meta estabelecida, os diretores, professores e funcionários receberão um bônus pelo sucesso alcançado. Não se trata de premiar as melhores (o que seria um grande elitismo), mas sim as que demonstrarem ter alcançado a sua própria meta. Por exemplo, uma escola que está em péssimas condições na avaliação inicial, se demonstrar ter progredido e alcançado a meta estabelecida usufruirá o bônus. Para tanto, o governo do Estado reservou cerca de R$ 700 milhões para serem utilizados dessa maneira a partir de 2008.

O sistema de premiação pela qualidade já foi incorporada no programa recentemente lançado pelo Ministério da Educação e Cultura, mas ainda não disponho de dados para avaliar o resultado. De qualquer maneira, tanto no nível federal como no estadual parece que entramos no caminho certo.

Porém, a caminhada será longa e complexa e necessitará de muitas medidas complementares. Dentro da escola, ninguém pode exercer sua responsabilidade e atingir a meta estabelecida no vácuo, sem proteção, sem treinamento e sem uma remuneração condigna. Os problemas da indisciplina endêmica, do vandalismo generalizado e da violência crescente precisam ser atacados com instrumentos apropriados – para lembrar alguns deles.

Em outras palavras, não basta criar metas e querer cobrar resultados. É preciso dispor de mecanismos eficientes para acabar com esse teatro no qual uns fingem que ensinam e outros fingem que aprendem.

Por isso estou curioso para saber quais são as medidas complementares que serão tomadas em São Paulo e no Brasil para se criar o ambiente propício à aprendizagem da nossa juventude. Mas a iniciativa merece todo o nosso apoio.

antonio.ermirio@antonioermirio.com.br

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