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A incidência do tabagismo varia bastante no mundo. Nos Estados Unidos, o hábito de fumar caiu muito e chegou a apenas 19% da população. Na Inglaterra, são 27% e na Alemanha, 34%. Nos países asiáticos é superior a isso. Esses dados referem-se apenas à proporção da população que fuma e não ao quanto fuma.

Dois economistas de Harvard tentaram explicar essas diferenças pelo diferencial de preços. Falharam, pois o cigarro é muito mais barato nos Estados Unidos do que na União Européia.

Partiram em seguida para a renda. Os pobres deveriam fumar menos por falta de recursos. Também falharam, pois países de renda baixa apresentam grandes quantidades de cigarros fumados. Enquanto os fumantes dos Estados Unidos consomem 1.230 cigarros por ano, os da China consomem 1.446; da Rússia, 2.058; da Bulgária, 2.693; e da Grécia, 3.131.

Finalmente, os dois pesquisadores chegaram à conclusão de que a drástica redução alcançada nos Estados Unidos deveu-se às boas campanhas educativas, aos programas de comunicação de massa e às repercussões dos litígios contra os fabricantes de cigarro, onde são exibidas provas pavorosas dos estragos provocados pelo fumo (David Cutler e Edward Glaeser, "The Economics of smoking", The Economist, 29/04/2006).

No Brasil deu-se o mesmo, embora haja um longo caminho a percorrer. Graças às várias campanhas, a proporção de fumantes nas principais capitais caiu de 33% para 17% no período de 1989–2004.

Entretanto, os adolescentes passaram a fumar mais e em maior quantidade. Esse problema aponta para se intensificar as referidas campanhas, direcionando-as cada vez mais para esse segmento da população.

Afinal, cerca de 20 doenças são causadas pelo fumo, dentre elas, o câncer do pulmão, as cardiopatias e os problemas vasculares. O Brasil gasta aproximadamente US$ 1,5 bilhão anualmente para tratar as moléstias do tabagismo. Mais importante, é a perda de vidas valiosas. Entre nós, morrem cerca de 200 mil pessoas por ano devido a essas doenças.

Aqui vai um alerta aos pais e professores. Virou moda a formação de rodinhas de alunos nas portas das escolas para fumar cigarros –, para dizer o mínimo.

É exatamente na escola que se deve intensificar as campanhas antifumo e antidrogas de modo geral. Essas campanhas precisam focalizar a juventude. Não podemos esquecer que o cigarro é uma das drogas de mais fácil dependência e, por isso, temos de combatê-la a todo o custo.

Antônio Ermírio de Moraes é empresário.

antonio.ermirio@antonioermirio.com.br

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