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Sempre depositei muita esperança no turismo, em vista do clima, da beleza e da diversidade do Brasil.

Em um seminário recentemente realizado na Confederação Nacional da Indústria, o ministro Walfrido dos Mares Guia, do Turismo, utilizou dados de uma pesquisa concluída pela Fipe que mostra um potencial impressionante.

Os efeitos do turismo na economia são diretos e indiretos. Os diretos são os mais visíveis e dizem respeito às atividades de viagens, hospedagem, lazer, cultura, etc.

Os indiretos decorrem da compra, manutenção e reposição de tudo o que é necessário para as atividades acima apontadas, incluindo-se os equipamentos duráveis dos hotéis (televisores, geladeiras, aparelhos de ar condicionado, ventiladores, secadores de cabelo, roupa de cama, mesa e banho e vários outros) assim como os equipamentos dos restaurantes, lavanderia e oficinas de apoio da rede de hotéis e de pontos de lazer.

Os itens que produzem efeitos indiretos raramente são contabilizados nas contas que estimam o PIB do turismo. Mas todos exigem produção, controle e administração o que, por sua vez, contribui para o emprego, a renda e os impostos.

Quando se leva tudo isso em conta e quando se consideram as vantagens comparativas do Brasil, vislumbra-se um futuro muito promissor nesse campo.

É verdade que, para o turismo internacional, a distância do país em relação aos países de alta renda, constitui um limitador de crescimento. Mas a nossa participação no turismo mundial em termos de receita é irrisória – apenas 0,59%.

Mesmo considerando-se a referida limitação da distância, se saltarmos de 0,59% para l,5% ou que seja 1%, esse incremento dará uma grande contribuição à economia e ao emprego. Afinal, turismo absorve muito trabalho. Seus impactos sociais são salutares.

Ao lado do turismo internacional, o Brasil tem grande potencialidade no terreno do turismo nacional que, como se sabe, responde por cerca de 80% da receita dessa atividade. Assim, pequenos aumentos de 2% ou 3% (em cima de uma base de 80%), proporcionariam resultados preciosos em termos de emprego e de renda.

No mundo, o turismo responde por cerca de 6% do emprego. No Brasil, é apenas a metade disso. Temos condições para ficarmos bem acima da média, quando se leva em conta nossas belezas naturais, a amabilidade do povo e a diversidade da ecologia.

É claro que isso tudo só acontecerá se o Brasil remover os problemas que mais incomodam os turistas, em especial, a falta de higiene, de segurança e de sinalização.

Mas não devemos desanimar. Muita coisa já foi feita nesse campo e os resultados são positivos. Para o Brasil, o turismo não é um teste. É uma realidade de grandes perspectivas para a economia e para o povo.

Antônio Ermírio de Moraes é empresário.antonio.ermirio@antonioermirio.com.br

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