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Sílvia foi agraciada por Deus. Nasceu em uma boa família de classe média e, assim, recebeu o que de melhor poderiam proporcionar um pai meticuloso e uma mãe muito cuidadosa. Desde pequena Sílvia era bonita, excepcionalmente bonita. Mas, como sempre acontece com as pessoas muito belas, ela enfrentou um grande problema durante praticamente toda a sua vida: o de conviver com gente que ou se apaixonava por ela, geralmente confundindo qualquer gentileza com flerte, ou que, então, odiava a beleza e principalmente o sucesso que às vezes um indivíduo de boa aparência consegue acumular.

Já no colégio Sílvia era muito assediada. Ali ela tinha vários amiguinhos e também algumas desafetas. Na universidade, a situação piorou muito, pois a partir daí as brincadeiras dos colegas homens ficaram mais diretas e pesadas, tomando contornos de assédio sexual. Em certa ocasião, alguns rapazes exageraram na dose, obrigando Sílvia a fazer uma queixa formal. Porém, a iniciativa na verdade não a ajudou muito. Depois de os jovens terem sido chamados pela direção da escola e advertidos, ela acabou ficando com a fama de pouco acessível, ranzinza e de alguém que não sabia levar as brincadeiras na esportiva.

Quando a moça começou a trabalhar, o problema continuou, adquirindo dimensões cada vez maiores. Ao ingressar em uma empresa, Sílvia era bem recebida por todos, mas logo se tornava vítima de insinuações, gracinhas e piadas nem sempre elegantes. Contudo, como pessoa muito ética, inteligente e correta que é, quando a pressão começava a ficar mais séria, em vez de lutar com armas do mesmo nível ou apelar para artifícios piores, Sílvia pedia demissão.

Hoje ela está casada. Rogério, seu marido, é um homem inteligente, moderno, sensível e profissionalmente bem posicionado. O casamento que mantêm é sólido e permite que todos os assuntos sejam tratados abertamente entre o casal. Com esse apoio, Sílvia desenvolveu uma nova abordagem para os inconvenientes que costuma enfrentar, a fim de não ter que deixar a empresa onde trabalha atualmente.

Certo dia, um dos colegas de Sílvia, o mais atrevido, foi convidado por ela para uma happy hour. Feito o convite, Sílvia percebeu que o rapaz espalhara a notícia para os demais e que, em função disso, ela tinha virado o assunto de todas as rodas de fofoca da organização. "Finalmente alguém conseguiu conquistá-la", diziam. Foi um suspense geral. Alguns colegas chegaram, depois de descobrir o local do encontro, até a se dirigir para a região mais cedo para observar o célebre bate-papo.

O colega convidado também chegou antes e com grandes expectativas. Para sua surpresa, Sílvia apareceu no horário combinado com o marido a tiracolo – que, sem se fazer de rogado, sentou-se com a esposa à mesa. Duas horas depois, Rogério e o colega de Sílvia tinham se entendido e se tornado amigos. Explicando quanto seu casamento era sólido e quanto ele e sua mulher se amavam, Rogério conquistou a simpatia do jovem, que a partir daquela data não assediou mais a profissional. Melhor do que isso: foi este quem passou a defender Sílvia do eventual assédio de outros colegas.

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Integração pelo circo

No ano passado, o Hopi Hari e o Instituto Cultural e Assistencial São Francisco de Assis (Icasfa) lançaram o programa Universidade Livre do Circo (Unicirco). A partir daí, começaram a ser realizadas oficinas de circo voltadas para jovens de 12 a 17 anos, moradores de comunidades ao redor do parque. Em 2006 as oficinas contaram com 300 participantes, mas a previsão é atingir até abril de 2008 outros 1.800. Para chegar a essa meta, o parque conta com o patrocínio da Petrobrás. Por meio dessa parceria, estudantes da rede pública de ensino de cidades da região de Vinhedo (SP), indicados pelas respectivas prefeituras e pré-selecionados pela equipe da Unicirco, têm aulas de práticas e técnicas circenses três vezes por semana. Além das oficinas gratuitas, o projeto disponibiliza transporte e lanche quando há atividades. As aulas se estendem por um ano, mas existe a possibilidade de os jovens continuarem trabalhando com a universidade, atuando em espetáculos apresentados no próprio parque.

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Esta coluna é publicada todos os domingos. O espaço é destinado a empresas que queiram divulgar suas ações na gestão de pessoas e projetos na área social, bem como àquelas que queiram dividir suas experiências profissionais. A publicação é gratuita. As histórias publicadas são baseadas em fatos reais. O autor, no entanto, reserva-se o direito de acrescentar a elas elementos ficcionais com o intuito de enriquecê-las. Contato: coluna@circulodoemprego.com.br, ou (41) 3352-0110. Currículos: cv@debernt.com.br

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