• Carregando...

Ana Amélia é uma moça bastante criativa, com facilidade para propor ações diferenciadas. Ela trabalhou em algumas agências de publicidade e contribuiu muito para a criação de campanhas inovadoras para os clientes. No entanto, sua história não é positiva, pois a profissional equivocou-se no início de sua carreira e insistiu no erro.

A jovem concluiu o curso de Publicidade em uma faculdade particular, de reputação duvidosa. Embora tenha finalizado a graduação com mérito – Ana Amélia foi a melhor aluna da turma –, ela não conseguiu ingressar em uma agência de publicidade de renome. Seu currículo era sempre vetado por causa da instituição de ensino que a formou. Ela descobriu isso quando começou a ligar para as agências e solicitar um feedback em relação ao seu currículo. Todas lhe disseram que tinham preferência por alunos vindos de faculdades mais respeitadas e sérias.

A rejeição afetou Ana Amélia, pois ela havia se dedicado muito durante todo o curso, não só com leituras extracurriculares, mas participando de palestras e cursos de aperfeiçoamento. No entanto, ela não conseguia uma oportunidade para demonstrar sua competência e os conhecimentos que adquiriu. Por essa razão, resolveu modificar o nome da instituição de ensino que constava em seu currículo e o enviou para uma agência de pequeno porte, que logo a contratou.

Ana Amélia sentiu-se humilhada por ter que mentir sobre sua formação, mas precisava estar no mercado de qualquer forma. Como a estratégia funcionou sem grandes problemas, ela não hesitou em aceitar o emprego. A jovem permaneceu na empresa durante um ano e aprendeu tudo o que havia para assimilar. Então, com uma experiência profissional bem-sucedida no currículo e excelentes referências, ela resolveu tentar uma colocação em uma agência maior.

Enviou seu currículo, ainda com a alteração referente à formação acadêmica, e aguardou o chamado para a entrevista de emprego. Durante o encontro com o contratante, Ana Amélia não mencionou nada a respeito de seu curso universitário. Esperou que o entrevistador tocasse no assunto, o que não aconteceu. Então foi contratada, sem que a agência checasse as informações de seu currículo. Sem preocupações e certa de que a mentira sobre sua formação acadêmica tinha sido benéfica, Ana Amélia iniciou o trabalho na nova empresa.

Lá permaneceu dois anos e nunca sua mentira veio à tona. Nesse período, a jovem dedicou-se com muito afinco e obteve reconhecimento dos chefes, que a promoveram a gerente de criação. Ela administrou equipes e emplacou campanhas nacionais, trazendo muito lucro para a agência. Foi então que ela recebeu uma ligação de um headhunter, que se interessou por sua carreira. Uma agência de grande porte estava se instalando na cidade e precisava de profissionais competentes para começar suas atividades. Então, por apresentar um resultado excepcional na empresa atual, Ana Amélia foi sondada para assumir a gerência da agência.

Durante a entrevista, teve uma conversa muito longa e prazerosa com o selecionador. As respostas fluíram com facilidade e ela sentiu que aquela seria a oportunidade de sua vida. Ao final do encontro, o recrutador adiantou que ela seria a provável escolha da agência, pois possuía um perfil dinâmico e criativo. De posse dessa informação, a jovem retornou à empresa onde trabalhava e anunciou que iria deixar o emprego, contando que havia surgido uma oportunidade interessante que não poderia deixar de aceitar. Seus chefes entenderam, desejaram-lhe sucesso e a partir daí se puseram a procurar um substituto para o cargo que ficaria vazio.

Ana Amélia, naquele dia, foi para casa feliz, sabendo que nada impediria o sucesso de sua carreira. Mas passada uma semana da entrevista, ela não recebeu retorno do recrutador. Entretanto, a profissional já havia deixado seu cargo para outra pessoa e estava só aguardando o chamado da agência para iniciar o trabalho. Então, resolveu ligar e questionar o que havia ocorrido. Do selecionador, a publicitária ouviu que haviam checado todas as informações do seu currículo e descoberto a mentira sobre a formação acadêmica. Isso a retirou da seleção, uma vez que demonstrava que ela não era uma pessoa em quem se podia confiar.

Arrasada, Ana Amélia tentou ter seu emprego de volta, mas não conseguiu, pois sua antiga agência agora sabia que ela não estava feliz lá e que tentaria outras oportunidades futuramente. Por isso eles também não a queriam de volta. Hoje Ana Amélia está desempregada e busca novas oportunidades com o currículo verdadeiro, sem mentiras ou maquiagem.

***

Mentir no currículo, embora pareça um assunto batido e óbvio, é ainda uma atitude corrente entre profissionais que estão ingressando no mercado de trabalho. Pequenas coisas, desde cursos que não ocorreram até períodos de estágio mais longos do que de fato foram, são comuns nos currículos dos jovens. Eles acreditam que essas informações, aparentemente irrelevantes, não serão checadas pelas empresas. De fato, a maioria das organizações, sobretudo as de pequeno porte, não confirma as informações contidas no currículo dos concorrentes – o que é um erro! Tanto o candidato quanto a empresa devem saber que o currículo é a identidade do profissional, seu histórico, seu passaporte para a carreira. Não se deve mentir ou omitir informações pensando em obter vantagens. Cedo ou tarde, a farsa pode destruir tudo o que já foi construído.

Saiba mais

O Projeto Viver é uma iniciativa do Banco Votorantim que visa a mudar a realidade dos moradores do Jardim Colombo, comunidade localizada na Zona Sul da cidade de São Paulo. Implementado em 2002, o projeto aposta no desenvolvimento integrado e sustentável das famílias como alternativa para reduzir problemas sociais e econômicos. Em uma primeira etapa, foram revitalizadas duas creches da região. Depois, estabeleceu-se uma parceria entre a instituição financeira e seus funcionários em um sistema de doações que prevê que a cada real doado por esses, o banco efetue uma doação de igual valor. Em 2005, essa ação propiciou a construção do Espaço Viver Melhor. Tal estrutura gerou condições adequadas para a realização de atividades de educação, recreação e lazer, capacitação profissional e de atendimentos na área de saúde. Ali ainda é incentivada a criação de grupos de produção e geração de renda. Atualmente, o Espaço Viver Melhor atende mais de 5 mil famílias, emprega 14 moradores da comunidade e se sustenta com a produção e a comercialização de cerca de 7 mil lanches por semana.

***

Esta coluna é publicada todos os domingos. O espaço é destinado a empresas que queiram divulgar suas ações na gestão de pessoas e projetos na área social, bem como àquelas que queiram dividir suas experiências profissionais. A publicação é gratuita. As histórias publicadas são baseadas em fatos reais. O autor, no entanto, reserva-se o direito de acrescentar a elas elementos ficcionais com o intuito de enriquecê-las. Contato: coluna@circulodoemprego.com.br, ou (41)3352-0110. Currículos: cv@debernt.com.br

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]