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Hoje, muitos profissionais, em busca de qualidade de vida, se voltam para centros urbanos menores, deixando para trás o ritmo acelerado das grandes cidades. A troca, quando bem planejada, é benéfica para a pessoa, que encontra tranqüilidade. No entanto, para que a mudança ocorra bem, o profissional deve compreender alguns fatores. A seguir, conto a história de dois personagens distintos, que optaram por centros menores para viver.

Guto é um advogado especialista em fusões e aquisições de grandes empresas. Atua em um grande escritório, tem uma carga horária extensa e remuneração alta para os padrões nacionais. Porém, para a realidade de São Paulo, onde reside, ele ganha o bastante para viver bem, mas não para montar um patrimônio. Guto mora em um amplo apartamento alugado, utiliza o metrô para se locomover, mas aproveita o luxo dos restaurantes paulistanos e freqüenta os espaços noturnos da cidade. O advogado tem 38 anos e, embora esteja muito integrado ao estilo de vida que leva, já pensou em se mudar para uma cidade menor, onde esperava encontrar maior qualidade de vida. Com essa idéia em mente, certa vez selecionou uma capital mais calma e enviou seu currículo para um headhunter.

Tom, um executivo inglês, atuava em uma grande multinacional de motores e vivia em uma pequena casa no subúrbio de Londres, de onde levava uma hora para chegar ao trabalho, de metrô. Adora viajar e em uma de suas passagens pelo Brasil, país que admira muito, conheceu Letícia, uma dentista brasileira. Apaixonado, Tom, que também está próximo dos 40 anos, pensou em se mudar para perto da namorada.

Letícia vivia em uma cidade do interior e desfrutava de muitas comodidades. Morando em uma casa confortável, a uma distância curta de seu consultório, possuía uma funcionária que a ajudava no serviço doméstico, almoçava em casa todos os dias e tinha tempo para freqüentar a academia de ginástica. Sua remuneração lhe permitia alguns luxos, como carro próprio e viagens anuais ao exterior. A qualidade de vida da namorada seduziu Tom, que, tentando uma colocação na cidade da moça, também enviou seu currículo para um headhunter.

Tom e Guto ouviram dos consultores o mesmo: seus currículos e experiências anteriores eram excelentes, mas exigiam remuneração muito elevada para o porte das empresas que buscavam. Além do mais, ambos tinham bagagem em áreas muito específicas, segmentadas demais para a oferta de emprego das cidades para as quais pretendiam se mudar.

A reação dos dois foi diferente depois desse retorno. Guto não aceitou diminuir sua pretensão salarial, que julgava baixa para os padrões de São Paulo. Embora o consultor tenha lhe dito que, no interior, tal salário era exorbitante, levando em conta o baixo custo de vida, o advogado não achou certo diminuir sua proposta. Também não quis modificar seus objetivos profissionais, pois havia chegado a um alto nível de excelência em sua área, e não achava vantagem voltar a atuar com temas genéricos, uma vez que havia investido em fusões e aquisições durante toda a sua carreira. Tom, por sua vez, ouviu com atenção todos os conselhos do consultor e não se importou em pleitear uma remuneração menor do que a anterior nem mesmo uma função mais ampla no organograma das organizações.

Então, após um ano de negociações, Guto desistiu da mudança e assumiu inteiramente sua vida em São Paulo. Chegou à conclusão de que não poderia abrir mão de certas conquistas, que para ele pesavam mais do que a qualidade de vida. Tom, no entanto, abraçou a nova etapa com entusiasmo. Mudou-se para o Brasil, casou-se com Letícia e, após trabalhar por cerca de um ano em uma organização de médio porte, montou o próprio negócio: um mercado especializado em produtos importados. Sua empresa vai muito bem, e ele está muito feliz com sua escolha. ***Trocar a vida dos grandes centros pela das cidades mais pacatas, com ritmo mais lento e menos opções de lazer e de trabalho, pode ser atraente para alguns, mas desastroso para outros profissionais. É preciso compreender que a realidade das cidades menores é bastante diferente da de centros como São Paulo e Rio de Janeiro, que oferecem empregos atraentes em empresas gigantes e renomadas. No interior, ou mesmo em capitais menores, as opções de emprego são outras, e a remuneração é geralmente mais baixa. No entanto, pode-se viver muito bem com menos, quando a qualidade de vida é maior. Por isso, o profissional que pensa em migrar deve ter vontade de abraçar a diferença e a mudança, assumindo os ganhos e as perdas da sua escolha.

Saiba mais

Cidadão Digital Nessa última semana ocorreu a formatura de mais 567 alunos do curso básico de informática do Projeto Cidadão Digital. Mantido desde 2002 pela Dell, o projeto é coordenado pela Fundação Pensamento Digital e beneficia preferencialmente estudantes regularmente matriculados no ensino médio das redes públicas. O curso oferece capacitação em informática e aulas sobre empreendedorismo e negócios. Os alunos ainda têm a opção de fazer um curso profissionalizante, que possibilita aos jovens entrar no mercado de montagem e manutenção de computadores. Incluindo a turma que se formou agora, o programa já capacitou mais de 5,8 mil jovens de comunidades de baixa renda de Porto Alegre, Eldorado do Sul e Alvorada (RS). Cada escola do programa é sediada em ONGs ou organizações da sociedade civil já estruturadas nas comunidades abrangidas.

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