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Pedro e Carlos nasceram na mesma cidade, no mesmo bairro e na mesma rua, vizinhos de quadra. Pedro era filho de João, alfaiate desde jovem, e Carlos, filho de Antônio, que havia muito ingressara na Polícia Militar – era sargento. Social e economicamente as duas famílias eram similares. Freqüentavam os mesmos locais, compravam as mesmas coisas, eram amigas. Por coincidência, ambas as famílias tinham três filhos.

Pedro e Carlos freqüentaram a mesma escola, brincaram juntos e eram muito unidos. Ambos deveriam ter gozado um futuro semelhante, não fosse um detalhe que, na época, pareceu insignificante à família de Carlos – a importância da formação escolar ou técnica. Nisso discordavam os pais. João, o alfaiate, achava que o estudo faria toda a diferença e, por isso, era muito exigente com seus filhos. Antônio, por sua vez, achava que trabalhando desde cedo qualquer pessoa poderia progredir rapidamente. Ele acreditava que muito estudo era perda de tempo, que seu filho deveria investir diretamente no resultado – ganhar dinheiro.

Por isso, enquanto Pedro recebia diariamente de seu pai estímulos, conselhos, empurrões ou reprimendas sobre a necessidade de estudar, Carlos ouvia de sua família que deveria trabalhar para crescer, ganhar dinheiro e ajudar no sustento da casa. Assim, os dois meninos começaram a trabalhar cedo, aos 16 anos: Pedro como aprendiz administrativo em uma rede de lojas; Carlos como aprendiz de operador de máquina em uma indústria próxima de sua casa.

Os rendimentos eram parecidos, mas os gastos diferentes. Pedro com seu salário conseguia a duras penas pagar o colégio particular que começou a freqüentar após o expediente. Carlos, ao contrário, gastava o dinheiro para seu conforto, com roupas, bicicleta, relógio, entre outros bens que na época eram importantes para os meninos, além de ajudar em parte no sustento de sua casa. Ambos trabalhavam arduamente, encaravam o trabalho com seriedade. Por essa razão, foram seguidamente promovidos. Entretanto, a diferença entre ambos começou a ganhar contornos dramáticos ao longo do tempo.

Pedro entrou na universidade e formou-se engenheiro. Carlos terminou o 2.º grau. Passados 20 anos, Pedro é diretor em um banco de investimentos, e Carlos continua como chefe na linha de montagem da mesma indústria. Moram na mesma cidade e hoje raramente se vêem. Seus interesses, suas necessidades, seus amigos e principalmente suas condições evoluíram diferentemente.

Carlos mora em uma vila popular, tem casa própria e um carro simples. Está casado e tem dois filhos. Porém, ao contrário de seu pai, diariamente fala a seus filhos: "Estudem, não deixem de estudar por nada". E, como exemplo, cita Pedro, que também está casado, igualmente tem dois filhos, mas mora em um dos melhores bairros da cidade, em uma cobertura, vai ao exterior pelo menos uma vez ao ano e assim por diante.

*** O dinheiro não é e não deve ser visto como a solução para todos os problemas ou o caminho para a satisfação pessoal. O personagem que conseguiu arrecadar menos patrimônio, Carlos, tem bons motivos para estar feliz, mesmo com pouco dinheiro. Seu casamento é sólido, tem filhos saudáveis, muitos amigos e um bom emprego. Ele não reclama de sua condição, pois sabe que a opção de não estudar foi sua. No entanto, Carlos reconhece que não aproveitou todo o seu potencial e que com o auxílio do estudo teria chegado muito mais longe. Hoje, ele admite que teria experimentado uma vida mais produtiva se tivesse tido acesso a mais informações e conhecimento.

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Preservação do patrimônio

O Programa de Patrimônio da Votorantim apóia projetos de preservação, restauro físico, modernização e adaptação de patrimônios artísticos, históricos e culturais brasileiros. No foco do programa estão ações de amplo acesso público, em torno de patrimônios que façam parte do cotidiano da comunidade em questão e estejam inseridos nas atividades da população. Um dos projetos selecionados para receber o patrocínio da Votorantim este ano tem como objetivo a restauração da biblioteca pública pelotense, cujo prédio passa em um primeiro momento por obras de consolidação e melhoria na rede elétrica (que apresenta risco de incêndio). Parte dos pisos e do forro também será recuperada. As obras garantirão à população de Pelotas (RS) o retorno dos eventos no Salão Nobre da biblioteca, atualmente interditado devido ao risco de desabamento, e a preservação da memória histórica e cultural da cidade. Além de Pelotas, Araras (SP), Recife (PE), Corumbá (MS) e Salvador recebem em 2007 investimentos do Programa de Patrimônio, que no total chegam a R$ 4 milhões.

Preservação do patrimônio

O Programa de Patrimônio da Votorantim apóia projetos de preservação, restauro físico, modernização e adaptação de patrimônios artísticos, históricos e culturais brasileiros. No foco do programa estão ações de amplo acesso público, em torno de patrimônios que façam parte do cotidiano da comunidade em questão e estejam inseridos nas atividades da população. Um dos projetos selecionados para receber o patrocínio da Votorantim este ano tem como objetivo a restauração da biblioteca pública pelotense, cujo prédio passa em um primeiro momento por obras de consolidação e melhoria na rede elétrica (que apresenta risco de incêndio). Parte dos pisos e do forro também será recuperada. As obras garantirão à população de Pelotas (RS) o retorno dos eventos no Salão Nobre da biblioteca, atualmente interditado devido ao risco de desabamento, e a preservação da memória histórica e cultural da cidade. Além de Pelotas, Araras (SP), Recife (PE), Corumbá (MS) e Salvador recebem em 2007 investimentos do Programa de Patrimônio, que no total chegam a R$ 4 milhões.

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